quarta-feira, 6 de março de 2013

poema urbe

eu estou muito mais velho e já não reconheço muitas pessoas na rua.
todos têm a fisionomia de trabalhadores jovens que já têm seus filhos nos carrinhos de bebê.
muitos andam sem fazer nada e também esses têm seus bebês nos colos das vovós e nos carrinhos.
muita gente na rua e mais eu.
andando, correndo, atravessando avenidas, raciocinando, tomando mel com própolis.
muita gente no planeta e toda essa gente bonita.
linda de respirar e andar apressada pra não dormir, nem carregar a si mesmo, nem outrem.
gente é sempre linda.
com molho de tomate na camiseta branca, suco de uva e maracujá.
gente é linda.
gente nem precisa de poesia, gente é linda