quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

bolsa

trago os meus valores na bolsa.
espero vê-la aberta, escancarada.
minhas atitudes aparecem como seu eu tivesse um conta gotas na mão.
o entendimento é lento, mas a compreensão existe.
se a ideia é que eu me sinta et, eu sinto a ideia.
estou sentindo um pouco a garganta, já que estava inexperiente com o discurso.
o que eu faria se tivesse um ofício das oito às dezessete com uma hora de almoço?
seria um et diverso.
o mundo é redondo e a minha cabeça um ovo.
arrrenta, casca que segura o filho

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

tudo

você veio aqui só pra isso?
não, eu vim pra tudo isso.
impossível medir a intensidade da atenção.
eu quero sempre comunicar um conceito e o conceito é a ideia.
um amigo emocionou-se ao me ver com a camista da escola de arte que tem na estampa um desenho que criamos juntos com o auxílio de uma ferramenta digital.
eu havia acabado de falar com meus alunos sobre os registros das ideias.
diário de bordo.
tudo o que vejo, relato e transformo cabe na colado na minha pasta mutante, que anda no banco de trás do meu automotivo.
amanhã verei colado na pastola - um treze - que encontrei grudado na sola do meu tênis

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

conheça

ao ler uma frase, perguntei pra mim mesmo se é necessária uma inteligência própria para conhecer a arte?
a frase garantia que a compreensão da figura divina necessita de uma inteligência especial dedicada à ela.
o conhecer aqui significa ir ao cerne, ao âmago, ao mais íntimo e interno da coisa.
no mesmo instante que vi um pote de mel lacrado, enxerguei o doce sabor do encantamento que é ter a mania de ficar tendo ideias.
falo com os braços e as pernas inquietas e, vez em quando, falo com a abelha que ama a flor para tirar dela algo que espalhará o encanto.
uma inteligência assim, ama a dúvida.
é assim que me sinto à vontade para imitar o mãe, que usa apenas minúsculas.
uma ideia assim não estabelece normas fixas, mas cordas bambas.
é preguiça de apertar a tecla fixa.
eu posso falar muito disso, afinal sou medroso, controlador e não gosto quase nada de mudar o rumo da prosa.
essa dicotomia talvez seja uma inteligância tola que em mim transita

fumaça

Jovens e velhos divertem-se.
A diversão é variada, tem de todos os tipos.
Há que se gostar bastante, sentir alegria, prazer.
A gente nunca se satistaz, afinal, enquanto houver vida há vontade de seguir adiante, divertindo-se.
Vertendo não duas, mas inúmeras vezes.
Assim é viver com energia.
Variados são nossos vacilos.
Variados são os vacilos de alguém que na inconsequência, faz.
A ação impensada convoca acidentes e outras coisas feias.
A feiúra e a beleza andam na corda do senso.
Tenho certa predileção por água mineral.
A consequância é igualmente variada

domingo, 27 de janeiro de 2013

ave nidas

As aves todas teem sua morada que elas próprias tecem.
São coisas conhecidas como ninhos.
Umas juntam folhas, restos de galhos, terra, saliva.
Algumas viajam para lá, outras para outro canto, outras sobrevoam a mesma estância.
Fazem ninhos.
As aves são vertebradas e as vezes param no chão, em árvores, nos fios.
A corda é esticada e nela, grudam suas garras.
As aves podem ser retratadas à tinta, ou em fotografias.
Há outras formas de retrato, porém, muitas vezes, o movimento das asas é tão rápido que a imagem fica desfocada nesse ponto

sábado, 26 de janeiro de 2013

pensar

Na escola moderna todo mundo aprende.
Professores, alunos, diretoria, enfim, todos aprendem.
Eu aprendo pelas formas mais fáceis e pelas mais difíceis.
Um funcionário da manutenção me ajudava na tarefa de colocar uns panos no fundo de uma cena.
Ao terminarmos eu disse a ele:
Você percebeu que eu não gosto de deixar tudo igualzinho, de um lado e do outro?
E ele me respondeu:
Professor, tudo igualzinho não sobra espaço para  o pessoal pensar.
Eu aprendo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

E agora?

E agora, Senhor Respeito?
Os alunos não fizeram tarefa.
A tarefa mais linda é conviver.
Tarefa dificílima, já que as palavras são incompreensíveis.
Muitas e tantas vezes.
Viver em conjunto, admirar, achar bonito e as vezes achar até bem feio.
E dizer, arder, suavizar, apresentar de uma nova forma.
Pintei uma garrafa de azeite com tinta fosca marrom.
A garrafa pintadinha de estrelas.
E nela não há mais azeite, porém está cheia até a boca

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Há muito tempo ouvi a piadinha:
Cavei, cavei, cavei e cavei.
Pode não ser romântico, mas é profundo!
Acho quase impossível a nossa mente se encher da imagem.
A pá, a terra, o buraco.
A escola é o lugar privilegiado para apresentarmos as coisas que nos cercam.
Apresentar o mais óbvio e o nem tanto.
Apresentar para que as pessoas de todas as idades possam representar.
Possam apresentar de novo e das mais variadas maneiras.
Apresentar as coisas de forma artística é fantástico, já que quase sempre que assim acontece, apresenta-se ao mundo algo que ninguém viu daquele jeito.
Cavei, cavei, cavei e cavei.
Encontrei dentro da areia fina, um siri-patola

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

alunos eu

Ao participar de uma reunião pedagógica, li um texto.
Lá pelas tantas o texto diz que o aluno é um indivíduo que se divide em três partes: razão, emoção e corpo.
Na mesma hora fiz a conexão com o nome desse sítio.
A casa da razão mágica.
Somos assim e todos nós

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Hacer

Começando a colocar a mão na massa.
Integral.
É preciso sempre misturar alguma farinha de trigo a essa, anterior.
É sempre preciso lavar as mãos antes da mistura farinhenta.
Higienizar é oportunizar pra todo mundo.
Como seria lindo ver todo mundo com um pouco bonito.
Utopia linda e prazerosa, bela e formosa, pensante, acionante e viçosa.
Minha arte não existe fora dessa ideia.
Sem água não dá.
Amasso a massa e espero que asse de hacer bien