domingo, 25 de novembro de 2012

gotas

A última gota de esperança não existe.
A torneira goteja porque a borrachinha está frouxa.
As gotas parecem iguais, mas não são as mesmas.
Cada gota vai tocando o fundo do tanque e de tanto que toca, vai modificando a louça vitrificada do fundo.
A modificação é inevitável e aí está a continuidade da esperança.
Nós somos responsáveis diretos por esse tipo diferente de observação.
Uma forma de olhar constante, que vibra com aquilo que está escondido na semelhança das coisas e dos fatos.
Nem todas as gotas têm a mesma cor.
Lá está o rei de sangue azul, revirando a gaveta sem maçaneta