terça-feira, 10 de julho de 2012

depois de lavar


Depois dos cinquenta tudo é diferente.
É nada, é tudo igual.
Nós é que somos diferentes.
E a diferença não está nos nossos olhares, ao contrário, está na mesma forma que sempre tivemos de enxergar o interior das coisas.
A diferença é o poder de administração da aceitação da minoria.
Eu hoje sou menor e essa minoridade me faz sentir melhor.
O melhor é isso, o sentimento de poder contribuir imensamente com o conjunto e também com a minha individualidade finita.
Acabar as coisas sem auto culpa, sem sentir que depois de muita coisa, o muito pareceu ser bem pequeno.
Não.
Meus heróis não morreram de overdose, eles estão vivos, matando, oprimindo, ensinando a ministrar a opressão da desonestidade e das falcatruas.
Essa ideia que não é minha, é muito boa.
Nossos heróis somos nós mesmos, que temos a oportunidade de auxiliarmos a nossa minoridade momentaneamente desententida.
Estamos a serviço do viçoso ininxergável, desse tempo onde tudo gira freneticamente.
Tudo é possível, tudo.
Hoje ouvi essa história:
Macacos recebiam batatas doces para alimentação nas praias das ilhas japonesas.
Os marujos atiravam as batatas de longe e os macacos as comiam sem lavar.
Um dia, a macaca mais nova começou a lavar as batatas e os outros ainda comiam sem lavá-las.
Isso repetiu-se por muito tempo.
Noutro dia, a macaca mais velha começou a lavar as batatas - e desde então - todos os macacos começaram a lavá-las também.
Todos os macacos das outras ilhas japonesas começaram a lavar as batatas antes de comê-las, mesmo sem terem visto o processo anteror.
Tudo é possível e nós somos os leitores e expressores do divino.
Quem tem os olhares desfocados como os nossos, que sonhem acordados e andando