domingo, 3 de junho de 2012

Sem trastes


Maravilha.
Houve época que a cor era vinho.
Maravilha bacana.
Normalmente pintada a lápis de cor.
Daqueles lápis que a gente guardava num estojo que a tampa abria escorregando.
Coisa da alta tecnologia da canetinha silvapen, cola tenaz, bic azul e borracha mercur.
Mercúrio, cura as feridas, brincando de midas, tocando os corações.
Um toque dourado iluminando com beneces a quem não acalca o lápis.
Tudo isso ornando com a moldura, a casca, a casaca, o tergal e as meias três quartos.
A parte de dentro contenta-se em alegrar-se com a luz do amarelo.
Repares-te que todo lápis de cor, mesmo o mais fuleiro, tem qualidade no amarelo?
Maravilha é a cor de maravilha.
Sempre a chamei assim, de maravilha, mesmo que o mais bonito pudesse até ser - da maravilha.
Seria outra história, essa é de maravilha mesmo.
Um colorido todo especial que se diferencia de um contraste deveras artificial.
Não se trata d'uma diferença de claro-escuro, ou das complementares.
O contraste aqui, é naturalmente da cor em si