domingo, 22 de abril de 2012

Tampas


Faz bastante tempo que uso uma embalagem de xampu e depois de todo esse tempo, desrosqueando totalmente a tampa, descobri visualmente, que basta dar uma giradinha e o líquido sai por um buraquinho central residente na mesma.
Já mais rapidamente, tive a ideia de desrosquear totalmente a tampa da pasta de dente que tem aquela tampinha que abra ao toque.
Abrindo ao toque, quando se fecha, faz-se uma sujeira incrível ao redor da tampinha.
Foi a partir desse comentário de minha mãe - sobre a sujeira restante - que tive a ideia de abrir a tampa toda, desrosqueando.
Ela achou o máximo.
Assim fazemos constante a observação sobre todas as coisas.
Tenho repetido à exaustão essa história da observação atenta sobre tudo que há.
Seus signos e suas aptidões que nos orientam sobre criarmos novas possibilidades, além daquelas que lhes são claras obviedades.
Uma cadeira serve ao sentar, porém também é serve à espera, ao descanso e quando revestida com brim, também serve de brincadeira.
Existem muitos e muitos e mais muitos literatos e leigos, que abominam os trocadilhos.
Eu os acho o máximo da invenção sobre a forma das palavras e suas justaposições.
Viver a vida assim, perambulando entre - ao lado - e sobre os significados das palavras inventadas para cada coisa é tarefa huma, afinal a memória genética do serviço do viver para morrer é coisa dos animais e das plantas.
A gente morre de morrer bem antes.
A gente vive de imaginar o que vai inventar muito antes do inimaginável acontecer