sexta-feira, 13 de abril de 2012

É treze


Dia treze, sexta-feira.
Em abril é dia do beijo.
Um beijo dado delicadamente no rosto em sinal de profundo respeito pela elegância.
Um beijo dos dedos na caneta preta.
Um beijo da ponta fina no papel que só espera o ato para desatar as figuras.
Acabei de ler sobre o expressionismo abstrato.
Dá a impressão que a liberdade total está expressa na obra, porém essa é apenas a metade da verdade.
O cálculo muitas vezes matemático, da aplicação das cores e das texturas, nos dá a noção da técnica que nos prende mais do que solta.
O que é isso não é exatamente o que significa isso.
A maçã é essa e a maçã é a do rosto que é esse e é o do livro.
Hoje é um rosto levemente mordiscado pela alegria do dia.
O que significa tudo isso?
Nada seria uma expressão fácil - só não o é - posto que as braçadas devem ter a dose suficiente de energia para mover montanhas.
A letra B é um treze e hoje ainda sinto-me mais feliz, porque pude aprender que o pretérito pode ser ainda mais que perfeito, já que o ato de perfazer é fazer completamente.
Devo esforçar-me para compreender completamente o que as coisas são, para poder impregnar-lhes com outros tantos significados, porque esse é o meu desejo e prazer.
Pretendo sempre resignificar.
O seu significado para mim é um beijo demorado.
De tanto morarmos nele, ele é por nós melhorado.
Dar um novo significado a cada coisa é ter predileção por oferecer um amor profundo.
Todo amor que está no fundo deve subir à tona para soltar-se oxigênio.
Desprendermos gás carbônico é um fato, inspirarmos oxigênio é podermos receber e absover a oferta