quarta-feira, 11 de abril de 2012

Posta a prova


Alunos que estiveram na mesma série no ano passado sentam-se na sala.
As crianças fazem provas e todos nós passamos por elas.
Provação constante e até quando os vírus e as bactérias provam a nossa resistência.
Fico no fundo da sala olhando os queridos pelas costas e eles empenham-se em provar com clareza e conhecimento, as questões inscritas no conjunto de papéis xerocados.
As várias questões são respondidas à tinta e muitas delas, daqui uma semana, já serão deslocadas da memória.
Nossa máquina terá várias outras oportunidades de apreciar e recuperar essas questões no futuro.
Penso nos poucos geômetras gregos , penso em pitágoras, penso no teorema de báscara, penso tudo isso pensando na linha reta, na semi reta e no segmento da mesma.
Lembro-me que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a cento e oitenta graus.
Gosto de ler as coisas e gosto que me leiam e sobre a mesa há vários tipos de borracha.
Leio o apagar dos erros como uma necessidade que temos de passarmos por eles para podermos transformá-los.
Gosto de pensar que erro muito que o meu erro possa não esbarrar no acerto do outro.
Acerto ao pensar nas dores da mães quando vejo os meninos passando pelas mesmas provações do ano que passou, mesmo que tenha passado tão rápido.
Eternidade para os meninos.
Espreito o dia em que eles estarão de cara com questões adultas e nessa hora não dispensarão a essência fraternal que eles  trazem tão dentro.
Há uma questão no parafuso central que prende a lousa branca na parede da mesma cor.
Sempre existem questões para os humanos.
Existe um segmento de reta que reparte o branco da lousa, posto que a peça de fórmica não tem o tamanho suficiente para cobrir a lousa toda