quarta-feira, 4 de abril de 2012

Botões


Muitos jovens têm tido apreço enorme pela escrita da boniteza.
Versos.
Encadeamento de palavras que encantam no início, no fim e no meio.
O tema central é o amor e a morte.
Os enigmas, as incógnitas, o xis da questão e as várias tentativas de descobertas.
A menina falou sobre a flor que desabrocha e escapa da gente.
Ela chama a flor de amor.
Quando ele escapa da gente, é ele quem morre, segundo o pequeno texto que ela me apresentou.
Apresentou-me e eu recitei em voz grave e firme.
O amor não deve escapar da gente.
O amor fica - com certeza - aconchegado dentro da gente.
Orgânico.
O provérbio chinês preconiza que todos nós trazemos por dentro dois dragões.
Um mal e o outro bom.
Somos aquele que mais alimentamos.
Bonito em verso e prosa, dito e escrito, sentido e pensado.
A minha flor alimenta-se e ainda cresce, num reduto sem dor.
Segundo o poema, a flor crescia num terreno dolorido.
O amor ali, ao desabrochar, saiu e morreu.
Como não existe maneira de fugir das dores, imagino a minha flor amorosa sendo mais forte na fortaleza de um botão.
Preparemos pois, todos os dias, momentos mais mágicos para o instante do florescer.
Os botões da blusa que você usa chama a flor em chamas que não ressecam.
As casas tecidas na camisa são minimamente mais abertas.
Os botões me fortalecem por dentro e não os uso para fechar coisa alguma