segunda-feira, 5 de março de 2012

à moda


A teoria na prática é outra?
O meu amigo porteiro me mostrou a capa da revista que traz o aluno de escola pública que passou no vestibular, sendo o melhor colocado.
Grande sujeito esse, sujeito cheio de predicados.
Como ele, alguns outros seres estudantis, são bem sucedidos nesses exames.
Um menino que eu conheço costurou uma folha com um capim bem fininho e fez obra de arte.
Outra garota que eu conheço, que hoje é mãe de filho e professora, quando eu coloquei um violão em pé, no centro da sala e perguntei o que era aquilo, ela prontamente respondeu:
Essa é a poesia do objeto.
No dia seguinte eu já desfilava com uma camiseta verde, com a frase estampada com essas letras.
Há poesia em tudo, resta-nos a observância.
Essa tal inteligência é um dragão de sete, ou mais cabeças.
Hoje, novamente uma aluna expressou-se com a frase:
Professador, você que é mega inteligente, pode me explicar o que significa o filme a árvore da vida?
Dei minha humilde interpretação, mas baixei o porrete na quantidade de minutos que aquela lava ficou escorrendo pela tela, salpicando nossas retinas e cérebro.
Sobre o dinossauro a gente deixa pra falar depois, bem depois, pra ver se a gente esquece que teve que passar por aquilo.
O filme serviu bem pra que eu continue exagerando nas metáforas, afinal se ele pode eu também posso e todo mundo também pode.
O gato guerreiro continua guardado numa cesta de vime na casa dos meus filhos.
Lá também estão a she-ra, o he-men, o mentor e todo o resto da coleção de bonecos e castelos.
Menos aquele estranho - que num aperto de costas - soltava a língua.
O único álbum de figurinhas que consegui completar foi os três patetas no oeste.
Colava os cromos com cola de farinha e apagava os cadernos com miolo de pão.
Que álbum bonito, aquele que trazia os selos.
Acho que o nome era magiar posta, mas a minha memória, assim como a minha inteligência, muitas vezes está  muito aquém daquilo que as vezes transparece.
A memória é bonita, é biita e é bacana, embora memorizar esteja meio demodê, ou fora de moda mesmo