quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tapetes e topetes


A velocidade no mercado.
Há velocidade nos mercados.
Formigas, gente, rodinhas, meias e sapatos, passeiam esbarrando-se pelos corredores.
Corredores mesmo.
Corredores que somos.
Mesmo que a areia do tempo passe por um buraquinho estreito, os sapatos e as formigas trabalham raspando suas solas no chão.
Uma veloz sacada parece mais uma rápida ideia que se esvai.
Parece uma mancha, essa que o sapato provoca escorregando caminho ligeiro, ele feito com listra vermelha.
Paz.
A velocidade do mercado parece não permitir uma palavra tão singela e meiga.
Nunca antes a meiguice e a singeleza foram tão severas.
Paz.
Com raiva se faz muita coisa, porém que coisas?
Com a paz se faz bastante, mas que coisas?
As coisas são vermelhas, rosas, brancas, pretas, violetas e marrons, na coloração que duas íris podem ter e querer.
Eu gosto demais de transmitir tranquilidade - agora mais experiente - no ponto exato que a tranquilidade se inquieta de tal modo, fazendo surgir mais ideias para serem modificadas.
A mudança de móveis na sala onde a velocidade da eletricidade transita pelos conduítes, é uma mudança mais que necessária, na mesma medida que as formigas e os sapatos são lixados.
O lixo da tranquilidade é a superfície do travesseiro.
O fato do tronco do poder nem se lixar para as coisas que saltam aos olhos, despertam em nós mais interesse.
É interessante como o tapete cultural é tecido delicadamente pelas mãos guiadas por um tanto de fome