terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O jardim das coisas mesmas


A minha primeira aula do ano costuma ser um rolo compressor passando na cabeça dos jovens alunos.
Eles costumam ser bem educados em relação a essa minha atitude avassaladora.
Dezenas de informações diversificadas e tudo ao mesmo tempo, na mesma hora.
Tudo programado para causar surpresa, tudo muito gesticulado, cheio de caretas e sons diversos.
As informações são do tipo: "O menino de treze anos olhou para a árvore e percebeu que ela absorvia muita energia solar, de forma a receber e otimizar ao máximo essa energia".
A árvore precisava da energia e a família dele também, ou seja, o agente motivador da sua percepção sobre os fazeres da árvore e construir o aquecedor solar e conseguir vinte por cento a mais de energia do que os aquecedores solares convencionais, foi ele e sua família não possuírem aquecedor em casa.
Difícil é informar os alunos sobre algo que não carece de necessidade, ou seja, algo chamado ARTE.
Todo artista sabe que é impossível não produzir arte para si mesmo, sem que alguém de fora precise disso.
Arte é inevitável para o artista, porém, na escola eu não me comunico apenas com artistas.
Acabo de ler uma mensagem enviada por uma jovem que teve minha aula hoje, dizendo que já fez seu blog e deu-lhe o nome de Arte pelos olhos.
Seu primeiro post foi um pequeno texto onde ela diz que um professor a ensinou que todo mundo tem dentro de si algo de artista, que está doidinho para ser expressado no momento que esse alguém permitir.
Na turma de ontem fiz uma observação sobre o pequeno livro do jorge colli, onde ele diz que só pode escrever o livro chamado - O que é arte? - por causa dos produtos da arte e não por causa do conceito.
O menino, na tarde de ontem mandou-me uma mensagem que diz:
A capa do livro do jorge tem uma comida na capa.
Ele já estava lendo o livro de uma pequena busca na rede.
O moço, a moça e outros mais que eu ainda não tenho notícia, já passeiam pelo jardim sobrenatural, onde são plantadas as coisas que necessitam apenas, serem elas mesmas