segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tricentésimo


O tricentésimo conjunto de palavras.
Adjetivos ordinais numa ordem simples e dinâmica.
Três vezes cem, sem nada que a desabone.
Abonadas estão as palavras, com seus significados nessa nossa língua mátria.
As mulheres jamais saem de casa feias.
Gostam-se de um gostar de todo jeito.
Embelezam-se de tantas formas que não há como não se colocar bom gosto.
A multiplicidade de vestirem calças, vestidos, calçados e bolsas, salpicam as ruas e avenidas com a voracidade e a compulsão pelas cores e listras.
O gostar é o parente mais próximo do amor.
Há que se gostar muito e os gostos são os mais variados.
É justamente aí que separam-se os primos.
O amor é um só e vem dentro e sem tampa.
O gostar sublime.
Ama-se de tudo que é vivo.
Gosta-se de plantas, mas ama-se as pessoas e os bichos.
Esses gostam, porém não amam.
A gente ama e ama de tanto gostar dos jeitos, manias, detalhes e composições.
Ama a gente e ama o outro.
Três vezes cem e mais três e mais cem.
Assim não é o tanto que se ama, mas o quanto a gente gosta de gostar bastante.
Não sou capaz de amar?
Amar é a coisa mais difícil do mundo, já que a coisa mais fácil é gostar.
Um artista então, gosta como uma cama gosta de um quarto.
Não há outro lugar pra ele que não seja fazendo essa coisa estranha de artesanar.
Outro dia li algo belíssimo que pedia para fazermos artesanato da dor, juntando os caquinhos.
Comentei que adoro mosaicos.
Esse adorar é gostar demais e bastante tudo o que une e junta.
Aproximemos.
Artesanemos pois, de tal forma que o nosso gosto nos aproxime cada vez mais e mais e mais, do nosso amor que nos enche de graça e riqueza