domingo, 8 de janeiro de 2012

Escriba


Escrever.
Ler é ver.
Escrever é reapresentar o que se viu, através das palavras.
A gente escreve porque lê as coisas, lê as suas e as nossas situações.
Existem exames que buscam provar e atestar a boa testa pela boa redação.
Existem coisas assim.
Outras tantas coisas são, assim e assado, por uma vida inteira e mais três meses.
Não conseguimos definir uma linha de raciocínio para os nossos desenhos pictográficos, porque o barato é a cara ideia que temos, da multiplicidade belíssima de raciocínios.
Quando vemos uma coisinha, já mora lá uma outra coisinha coçando a nossa vista, visto que coçamos mais por dentro do que por fora.
O trabalho que dá nos é dado dentro do jogo.
Estava convicto na hora, achando que tudo isso não é um jogo.
É um jogo e deve ser um jogo bonito, onde a nossa desigualdade busca o tempo todo igualar-se na boniteza.
Tudo é uma questão de gosto e também isso é jogado nas atividades interativas da gente.
O moço da novela foi expressar o seu gosto e pôs uma venda a perder.
Não que não se deva colocar à vista o gosto, mas há que se ter a compreensão do novo - e esse - chega sempre e chega avisando.
O aviso do escritor é importante até o ponto que representa uma parcela daquilo que ele compreendeu e daquilo que a coisa compreendia.
Apreender parece-me sempre importante, internalizando para que seja colocado à prova no momento solicitado.
Torno-me solícito, a medida que observo ainda mais atentamente cada um desses instantes compartilhados pela nossas retinas.
Nesse instante, apresento o meu olhar, admirando o seu olhar fulminante.
Escreves