terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A noz, as batatas


Estou vendo daqui, dois planos feitos com algodão pintado.
Vejo uma estrelícia multicor, marcas na massa acrílica feitas com a boca de um copo plástico, vejo verdes muito claros, vejo uma quase tartaruga, um canário da terra.
Vejo contrastes equilibrando a cena diferente do natural.
Uma composição feita com coisas da natureza, coisas da cabeça natural, coisas inventadas pelo espírito, e mais coisas na contra luz.
Na luz desse dia bonito vejo secando um verniz acrílico, colocado sobre tudo, para dar mais graça ao rebento.
Rebento que vem vindo à luz por esse que digita esse texto na busca da elegância que - nessa língua - já tem  elegância no bastante.
Espero daqui, secar a camada grossa de verniz acrílico.
Esses instantes de esperança, são parte lindíssima dessa minha vida galopante, regada também na gordura e na proteína da noz.
Nas pastelarias e nos bares, nós buscamos bolinhos de bacalhau com mais peixe do que carboidratos.
Antes da passagem do ano passado para esse, foram bolinhos riquíssimos que - fritados no azeite - nos renderam momentos de divina esperteza e beleza.
A receita pedia o dobro de batatas do que de filés de bacalhau, porém, a matriarca definiu que as quantidades seriam as mesmas.
Ela tende - quase sempre - à nobreza dos números.
Enquanto seca o verniz, o sabor da guloseima, enche de beleza o nosso interior e o interior dos amigos da gente.
Aos inimigos, se eu os tenho, mais esperança