terça-feira, 31 de julho de 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

domingo, 29 de julho de 2012

dançando no chuvisco

A ordem das coisas segue a lógica.
O desrespeito à lógica se faz com intuição.
A intuição é uma espécie de boniteza que se inspira na razão para transcendê-la.
Ela tem sua base na sebedoria - naquilo que já se sabe e se comprovou verdadeiro no padrão científico.
Que beleza é a leveza intuitiva.
Fazer-se saber assim.
Tudo o que acontecer deve ser balanceado e medido a partir desse conceito artístico e concreto.
Isso é o que eu procuro viver e multiplicar.
Construirei a minha casa sobre esses pilares aparentemente movediços.
Assim dançarei a vida inteira

sexta-feira, 27 de julho de 2012

festival dos festivais

Um festival de canções.
Festa de melodias, letras, rítmos, botas, cabelos e ausência deles.
Diversidade na sua marca maior.
Ganhar prêmios.
Não precisa.
O prêmio é a gente poder perceber todas as possibilidades de agrupamento de sons, produzidos por uma variedade de instrumentos, vozes e coisas.
Isso é verdadeiro, porque do ponto de vista recional seria impossível escolher uma canção em detrimento de outra, tamanha a multiplicidade de formatos, gostos e gestos.
Enfim, três canções serão premiadas e seu criador, ou criadores, levarão para casa dinheiro.
Sim.
Não.
Vai ser muito mais saboroso ficar compondo e inventando durante um ano inteiro, para também sentir o gosto do processo para o ano que vem, para o durante e para sempre

quinta-feira, 26 de julho de 2012

rimas


O meu argumento é muito forte.
Enquanto o mundo todo fala de dor, eu ainda insisto em falar de amor.
Uma rima banal, ou uma afirmação fortemente argumentada?
Muitos dirão que o papel de contente, mascara as questões sociais e suas mazelas.
Dizem ainda que quem ama e sorri, não está nem aí para a pobreza, a doença e as necessidades dos mais humildes, enfim.
Tudo isso é possível, mas enquanto o mundo não apenas fala de dor, como a pratica na opressão da péssima distribuição de renda, ainda estamos falando de amor.
O argumento de quem ama é não conseguir fazer diferente da amabilidade.
Churrascabilidade?
Há amabilidade na oferta de uma resposta digna e bonita.
Há amor na racionalidade da oferta e no ensinamento do ofício amoroso.
Os garotos me deram de presente, a presença e o talento

quarta-feira, 25 de julho de 2012

argumentos


Falar de amor enquanto o mundo fala de dor, pode ser uma rima banal, ou pode ser uma afirmação sarcástica.
Pode ser também outras tantas coisas, enfim.
As várias línguas faladas e escritas, pensadas e definidas, tramam conflitos e pacificações.
Língua de gato, de trapo, língua de sogra e presa nas provocações de quem ousa escrever, ou dizer aos quatro ventos.
O vento traz da Rússia o psicólogo pedagogo, pregando a linguagem do coração.
A gene da língua está na característica plural nela e por ela imposta.
Língua gene.
Na genética da intenção, eu afirmo que música é um conjunto de quereres que se manifestam em sons.
Que rufem os tambores da boca e que possamos soltar um grito.
Que esse grito possa ser um sussurro ao pé do ouvido.
Dentro da cabeça que o recebe, os passarinhos que amam, entoam uma melodia dolorida, que encanta justamente por doer assim

terça-feira, 24 de julho de 2012

maçãs e batatas


Adoro a expressão: maçãs do rosto.
Relacionar as coisas à outras coisas é fascinante.
O tio que estava no ônibus, alertou a sobrinha sentada ao seu lado, que as histórias em quadrinhos feitas por ela, eram ótimos exercícios para a cabeça.
Sábio tio.
Havia apenas dois lugares no ônibus, porém um desses lugares estava sendo ocupado pelas coisinhas da criancinha que brincava no colo da mãe.
O tio sentar-se-ia ali, mas eu ofereci meu lugar para que pudesse conversar com sua pequena sobrinha.
Não fosse esse pequeno instante de inspiração e gesto e a menininha e seu tio não teriam aprendido tanto com a conversa longa que tiveram.
Moveremos montanhas, quando a nossa batata da perna estiver sendo exercitada na transformação do grão de mostarda

segunda-feira, 23 de julho de 2012

revelo


Eu venho por meio desta, comunicar alguma coisa que acho bonita.
É sempre assim, já que fiz ver à minha mãe que é muito importante fazer pareceres edificantes e enaltecer o positivo.
O negativo já é escancarado e o povo adora e admira.
Pensei o óbvio:
O negócio do mal só não produz frutos ainda mais tenebrosos porque a maioria dos humanos ainda tem algum senso de sobrevivência.
A paineira dá painas e essas são usadas para o enchimento de travesseiros.
Dormimos sobre os frutos sem casca.
Ganhei um cadeado muito bonito com a imagem de nossa senhora aparecida em baixo relevo, mas não tenho portão de entrada para usá-lo.
Por hora o guardei na gaveta dos eletrônicos.
Adoro fotografar e amo as fotografias.
A luz é parte integrante da imagem revelada, assim como é reveladora a tentação da doçura

domingo, 22 de julho de 2012

limões


Um limoeiro é um pé de limão.
Pede limão, uma limonada forte e azeda.
A aparência de uma pizza numa loja, é totalmente diferente da outra, da mesma franquia.
A moça do café sempre sonhou ser médica e a mãe guardou dinheiro a vida inteira para que a filha pudesse realizar o sonho.
A menina ainda está entrando no segundo semestre do terceiro ano do ensino médio e depois disso tudo pode acontecer, assim como vem acontecendo desde o seu nascimento e o meu.
Ela, assim como eu, pretende ser clínica geral.
Disse - assim como eu - porque se eu fosse médico, também queria ser clínico geral.
Desejo entender o ser humano como um ser integral e não dividido em partes não miscíveis.
O ser uma mistura bacana, complexa e inteligente é ser passível de altos voos.
Salto daqui para o outro lado do desfiladeiro e me encontro com o musgo nas rochas.
Ser verdadeiro não dá mais trabalho do que ser autêntico

sábado, 21 de julho de 2012

Nele


Acabei de postar uma frase que escrevi no ato.
Uma frase totalmente lugar comum, mas escrita de outro jeito.
Também pensei, na tarde de ontem, que a única predestinação com a qual nascemos, é a de achar as coisas bonitas e feias, umas mais e outras menos, dentro do padrão estabelecido do bem e do mal.
Aquele senso que. no lugar comum, toda a comunidade sabe qual é.
Tudo dito e dificilmente explicável.
Tudo imaginado e interiormente compreendido.
Acho tudo isso bonito.
Amar a todos como eu amo a mim mesmo.
Gostar de fazer as coisas para os outros, da mesma forma que gostaria que, a mim fizessem.
Nada mais senso comum do que tudo isso, porém, nada mais bonito.
Para que a frase inicial não fique vaga demais, aqui está o texto:
Um dia de sábado é um dia igualzinho aos outros, porém nele, reside uma considerável diferença. 
É nele que podemos tornar real aquilo que - até ontem - era apenas imaginável

sexta-feira, 20 de julho de 2012

to leve


Olá, tem alguém aí?
Com certeza existe gente no planeta história.
Muita gente pra contar aquilo que todo mundo quer saber.
E aquilo que muita gente não sabe?
Tanta gente falando na tv:
Eu não queria falar, mas vou falar...
A gente fala pra contar um ponto sobre o conto de cristal.
Coisas tão delicadas que todo mundo fica zonzo quando escuta e espera.
Espero sinceramente que as máscaras usadas para podermos enfrentar o mundo, possam ser cada vez mais transparentes.
O mundo e nossas ações dentro dele são regidas e orquestradas pelo dinheiro.
Meu deus!
Falei alguma coisa que ninguém sabia?
Pronto, falei

quinta-feira, 19 de julho de 2012

tomadas


A moça disse para a outra moça, quando essa começou a arrumar a casa e precisava usar o aspirador.
"As tomadas estão todas tomadas".
Aspiro, um dia, ter tanta inspiração.
Dramaturga e escritora, comediante e dramática.
Arrumo jeitos para empostar a voz e dizer um pouco dessa sabedoria.
No posto de observador, toco um pedaço do seu tecido e ela diz que uma energia saiu dela e tocou meus dedos.
Um misto de fato e ficção num misto de eletricidade e emoção.
As tomadas precisam de plugs - e plugados - elegemos as antenas como  fonte de vida e sanidade.
São assim as nossas expectativas.
Bem humoradas nas atitudes tomadas.
Tomo pela mão a moça que atravessa a rua no susto.
Passamos entre os carros menos velozes e cruzamos as ruas perpendiculares.
Nosso trânsito se faz entre as ruas do fantástico e as avenidas do extraordinário

quarta-feira, 18 de julho de 2012

um dia


Embaixo do sol está quente e acabou por secar a barra das minhas calças.
Um filme do sujeito francês de mil novecentos e três, é um extraordinário exemplo de realismo fantástico.
Millié.
Mil vivas a ele.
Um exemplo de como a técnica pode ser usada para transcender a própria.
Exploramos uma ideia e a expressamos de forma a traduzí-la, porém ainda deve sobrar espaço suficiente para que todos possam interpretá-la e reinventá-la.
Essa é a ideia.
Capturarmos as coisas no espaço que nos deixaram delas para que possamos reinventá-las constantemente.
É a sequência dessas reinvenções que provam as nossas competências e incompetências.
O mundo gira nesse sentido, sem que ele seja necessariamente, o sentido obrigatório

terça-feira, 17 de julho de 2012

bio assovio


Computador reconhecido.
A imagem aparente me agrada e funciona como mais uma forma de interpretação e expressão.
As coisas dizem por si só, mas também amamos falar muito sobre elas.
É um conjunto ininterrupto de poliálogos que vamos tendo para alavancarmos a nossa existência.
A conversa com a imagem é bonita.
Assim também são maravilhosas as lições que podemos tirar do movimento imaginário do sol, em relação a nós que o observamos.
Dúvidas, questionamentos, resoluções.
Apenas com perguntas vamos ter revoluções, diz a letra da canção.
Revolvo a massa com a temperatura mais elevada da minha mão direita.
O contato dela é com o granito frio da pia grande.
Dessa vez assou direito e eu fiquei maravilhado com os buraquinhos aerados da vista lateral dos pedaços triangulares.
Assim assou a massa e assim o assoalho assemelha-se a todo salto

segunda-feira, 16 de julho de 2012

ilustração

Estou escrevendo num computador que não é meu.
Resolvi por necessidade que esse texto não terá ilustração.
Nem foto-foto, nem foto de pintura, ou desenho.
Um texto feito só com letras, palavras e parágrafos.
Ninguém vai poder imaginar o texto pela imagem que não há. 
Fará isso após ler a primeira palavra.
Lerá - estou - e provavelmente pensará estar em algum lugar paradisíaco, ou então, ficará feliz simplesmente por estar vivo.
Estou.
O exercício de vivenciar um estado de graça ao começar a arranjar verbetes, é uma dádiva comparada apenas ao arranjar traços e cores.
Alguém poderá imaginar outras graças e a esses eu digo:
Amo também imaginar o que vocês privilegiam - desde que - tudo isso provoque em mim, uma enorme necessidade de fazer de outro jeito

domingo, 15 de julho de 2012

Quatros


Quatro, cinco e seis.
Essa sequência faz você lembrar alguma coisa?
No meu caso é apenas o número de postagens nesse sítio.
Essa postagem, a nossa correspondência, a sincronia e sintonia.
Há energia elétrica circulando, assim como há a tal partícula ínfima que está em tudo.
Pra mim, estar em tudo é impossível, mas a tentativa de estar em muitas coisas é evidente.
E vidente eu não sou, é evidente.
Ver é um verbo notável.
Noto que quanto mais pareço algo fora da caixa, mais a minha pele in box vai transparecendo

sábado, 14 de julho de 2012

som nas caixas


Aprendi com muitos escritores que muitas vezes eles começam um texto sem ter um assunto para tratar.
Assim estou tratando, em muitos dos meus escritos.
Eu queria um molho para pizza que não estivesse muito líquido e assim a moça o fez.
Muito bom.
Parabéns nesse instante e em todos os outros.
Um parabéns para o aprendizado constante.
A massa deve ser feita com fermento fresco, do dia e não aquele que descansa no berço esplêndido da geladeira.
Muitas vezes o berço é de caixa de maçã e a meninada que sai dele vai tendo resistência maior aos dissabores dos instantes.
Na hora do fermento para a massa, a frescura não é nada importante

sexta-feira, 13 de julho de 2012

nadamos


Uma gota de sangue fica brilhante na palma da minha mão.
Resultado de um pequenino corte feito pela ponta de um vidro jateado quebrado.
Foi ele que virou tampo de criado mudo.
Ficou bonito e a gota de sangue transformou-se em mancha no pedaço de papel sulfite.
Eu sabia que após o almoço a mancha viraria peixe.
Bastaria um, ou dois, ou até mais traços pretos para que a veriravolta fosse realizada.
Um peixe e um vaso de vidro transparente, tornando-se ambos, outra realidade.
Nada.
Sim.
O peixe e eu nadamos num nadar cheio de coisas.
Eu também sabia - como agora é fato - que o pedaço de papel desenhado não mais existiria - se não lixo - porém resistiria noutra linguagem.
É foto e é fato

quinta-feira, 12 de julho de 2012

correndo riscos


Duas girafas, uma zebra e várias estrelas.
Tudo o que os traços pretos possam registrar, para que depois de um tempo possamos encher os espaços com cores de lápis.
Depois de algumas páginas, aparece uma onça iluminada pela luz refletida pela lua cinza.
A menina assustou-se com uma barata estampada numa revista.
Barata impressa mesmo.
Porém, a garota não se contentou com o recorte - puro e simples - ela cortou a cabeça separando-a do corpo e esse das pernas.
Remontou-a numa outra página do diário zoológico.
Pareceu-me de verdade, mas não me assustou.
Fiquei interessado na ideia, na técnica e na mistura das possibilidades de invenção.
As palavras no diário ficaram sem a minha leitura.
Li apenas as imagens, pude me identificar e tentar expressar por aqui o meu desejo de interpretação.
Folhas existem para cair das árvores no outono e para serem ilustradas no inverno.
As folhas são como pessoas.
Elas têm seus desenhos naturais e os que lhe são impostos



Desenho de Diana Della Nina Malimpensa

quarta-feira, 11 de julho de 2012

agudas perspectivas


As passagens secretas que existem dentro de todos os instantes.
Parecem secretíssimas para sempre.
A busca de desvendar alguns desses segredos é a constância das nossas vidas.
Insisto em usar o pronome nós, já que acredito nunca estar sozinho nesses pensamentos saudáveis.
Filosofia pura com a nossa simplicidade.
Por mais que eu pense e escreva o contrário, boa parte das pessoas acham que essas coisas são compexas demais.
Enfim, o caulesinho da orquídea continua agindo para o seu crescimento.
Passo andando um dia inteiro no acontecimento das nossas coisas e quando coloco olhar sobre o caule, ele já espichou o pescoço um pouco mais.
Tudo é possível e com tanta possibilidade, continuamos tendo ideias e perspectivas que nos arremessam segredo a dentro

terça-feira, 10 de julho de 2012

depois de lavar


Depois dos cinquenta tudo é diferente.
É nada, é tudo igual.
Nós é que somos diferentes.
E a diferença não está nos nossos olhares, ao contrário, está na mesma forma que sempre tivemos de enxergar o interior das coisas.
A diferença é o poder de administração da aceitação da minoria.
Eu hoje sou menor e essa minoridade me faz sentir melhor.
O melhor é isso, o sentimento de poder contribuir imensamente com o conjunto e também com a minha individualidade finita.
Acabar as coisas sem auto culpa, sem sentir que depois de muita coisa, o muito pareceu ser bem pequeno.
Não.
Meus heróis não morreram de overdose, eles estão vivos, matando, oprimindo, ensinando a ministrar a opressão da desonestidade e das falcatruas.
Essa ideia que não é minha, é muito boa.
Nossos heróis somos nós mesmos, que temos a oportunidade de auxiliarmos a nossa minoridade momentaneamente desententida.
Estamos a serviço do viçoso ininxergável, desse tempo onde tudo gira freneticamente.
Tudo é possível, tudo.
Hoje ouvi essa história:
Macacos recebiam batatas doces para alimentação nas praias das ilhas japonesas.
Os marujos atiravam as batatas de longe e os macacos as comiam sem lavar.
Um dia, a macaca mais nova começou a lavar as batatas e os outros ainda comiam sem lavá-las.
Isso repetiu-se por muito tempo.
Noutro dia, a macaca mais velha começou a lavar as batatas - e desde então - todos os macacos começaram a lavá-las também.
Todos os macacos das outras ilhas japonesas começaram a lavar as batatas antes de comê-las, mesmo sem terem visto o processo anteror.
Tudo é possível e nós somos os leitores e expressores do divino.
Quem tem os olhares desfocados como os nossos, que sonhem acordados e andando

segunda-feira, 9 de julho de 2012

indígena


Escrevi sobre uma pasta de lembranças e a minha iniciativa em enchê-la mais e mais.
Enchê-la até ela encher-se de mim.
Essa é a vida, uma pasta usada para a guarda da nossa expressão cotidiana.
Muitas vezes observamos as pastas dos outros e vamos interagindo, pasta com pasta, até enriquecermos mais e mais o nosso acervo poético.
Compreensão das coisas, compreensão das pessoas e das suas coisas.
Assim vamos colecionando as coisas que são da gente.
Coisas nossas que animam essas vidas que são cada dia mais nossas.
Uma árvore tem também a sua pasta.
Lembra os pássaros, o vento, as lagartas, as outras sementes.
Um arbusto e a sua pasta, um animal e a sua, eu e a minha pasta entreaberta.
Um espaço e tudo nela voa


Um desenho de José Paulo Cury quando criança

novos


Um domingo e hoje já é segunda.
Eu esqueço que o domingo é o primeiro dia da semana.
Primeiros e segundos, minutos e horas a fio, onde a gente reina acertando e errando bastante.
Tenho me preocupado pouco com os erros e acertos, já que venho alicerçado na convicção da essência boa.
Num texto de rodin, ele expressa que a nossa inspiração artística vem da natureza e da nossa observação da sua essência e dos seus signos.
Volto a lembrar a beleza que existe em pensar que o que estou pensando agora é um pensamento próprio.
Adoro saber que se eu fosse um estudioso de todos os assuntos, saberia que o que eu penso hoje, muitos outros já pensaram e colocaram em livros.
Ainda bem que não sou só eu que me encontro nessa sabedoria instantânea.
Vou sair nesse feriado para pagar as contas do mês.
A contemporaneidade nos trouxe os caixas eletrônicos e é dessa forma que alcançarei meu intento.
O que é novo encanta pelas variadas maneiras de acharmos possibilidade em tudo.
Meu pensar é novo - e de novo - vem acompanhado do seu

sábado, 7 de julho de 2012

maneira


Palíndromo foi o tema de uma entrevista.
A menina escreveu um livro usando os palíndromos que escreveu desde a sua adolecência.
É menina ainda e o seu livro chama-se Sós.
A palavra palíndromo, sós.
Um grande palíndromo é ariam e maira.
Escrevi numa letra de canção que nós é sempre mais do que eu e você.
Eu e tu somos assim muito e podemos ir mais além, na inclusão de outros tantos, na nossa intenção cosmética.
A beleza é um riso.
A boniteza um avanço.
A lindeza uma felicidade grande.
Não escreverei um palíndromo agora, pois a minha ideia é seguir em frente

sexta-feira, 6 de julho de 2012

na massa


Quatro xícaras e meia de farinha de trigo.
Água quente, fermento e a massa vai crescendo após ser sovada.
Cresce mais no forno e fica macia.
Prefiro que ela fique mais grossa.
A elegância é mais bonita do que a grossura.
Não vejo como a grosseria pode ainda resistir ao tempo, porém há quem pense que a resistência da elegância e da suavidade é que está ultrapassada.
Enfim, a beleza dos gestos ainda insiste em permanecer no meu acervo de predileção.
Acho bonito um gesto tranquilo e simbólico, que enche de bem estar o estar do outro.
Estar assim me alegra.
Estar me impulsiona a desenhar uma forma de energia aparente.
Um ou mais riscos dando significância à intenção da boniteza.
Assim você se posiciona na minha frente e eu posso ver em você a multiplicação da essência da ideia desse texto

quinta-feira, 5 de julho de 2012

do jeito


Acho que é melhor a gente sair daqui.
Essa frase foi dita dentro de um paraíso das compras de capinhas para celulares.
Parecia ser impossível comprar uma só e por aí vai.
Deveríamos ser capazes de aguentar a pressão.
Deveríamos.
O dever chama a gente a sonhar, a imaginar, viver inventando.
Assim é que eu gosto.
Preciso de bem pouco.
Parece que gosto de gastar com a comida de um restaurante gostosinho.
Mais de sal do que de doce.
Doçura mesmo só essa que o movimento dos braços da moça traz.
Movimentando-se no cheiro, no gesto e na elegância que tamanha simplicidade tem

quarta-feira, 4 de julho de 2012

caras e boca


Uma noite centenária.
Vinte e dois jogadores correndo atrás de uma bola tentando colocá-la num retângulo bem grande, estufando a rede, ou apenas fazendo-a passar inteira pelo segmento de reta que une as duas traves.
Gol e pronto.
Alegria e tristeza.
Não há como ficar indiferente e apenas quem já esteve jogando essa coisa dentro das quatro linhas é que pode saber a emoção transloucada.
Acima da loucura, um encantamento.
Se a gente não tem o menor interesse para com essa coisa - ótimo também - afinal tudo fica quieto e tranquilo.
Amanhã será um outro dia cheio de graça e gracejos.
Zuação total, um bate e rebate de piadas e festa.
Pior para aqueles que preferem o choro dos pontapés e da covardia.
Um lançamento certeiro e o atacante pode mandar a pelota para as nuvens.
Bom de boca você.
A bola ficando mais próxima do céu é sinal dos tempos.
Um tempo e mais um e talvez mais dois ainda.
Tudo isso é só um jogo e jogo não é a vida toda.
É um jogo pra sempre e amanhã tem mais um e na outra semana mais outro

terça-feira, 3 de julho de 2012

Labores


Ontem a moça proferiu a seguinte frase:
"Se soltar vai cair e se cair vai quebrar".
Parece muito simples e é.
Ao largarmos mão da ocupação com quem quer que seja, o risco de cair é grande e se a pessoa cair o estrago é enorme.
Sei o quanto é difícil todo esse processo e a tentativa de auxiliar ao máximo é maior ainda.
São tentativas de acerto.
Nessa busca do acerto é que a frase inicial se importa.
Assim vamos andando na felicidade que é ter o sapato bem calçado.
Adoro calçar esse sapato que não é nem apertado, nem largo.
Colaborar é laborar, trabalhar em conjunto.
É justo, na forma que a justeza se ajusta na justa causa de viver imaginando colaborar mais, do que ficar tentando retirar as pérolas das suas conchas já entreabertas

segunda-feira, 2 de julho de 2012

fériasss


Um período de novas possibilidades, porém não necesariamente de mudanças.
Uma cabeça artística não tem parada.
O cotidiano desse tipo de cérebro é estar constantemente ativo e na vigília.
Vigiando cada coisa e seus múltiplos significados, achando graça em tudo isso.
É tempo diferente, afinal não tenho um horário fixo para nada.
É tempo de reinventar todos os dias.
Um tempo onde eu me pego olhando a velha figueira que anteriormente não havia colocado atenção.
A moça me mostrou o texto explícito sobre as plantações comerciais do fruto:
São arbustos.
Essa árvore enorme e quase centenária é pura e simplesmente bonita, vivendo esse tempo de mostrar seus frutos escuros

domingo, 1 de julho de 2012

Obséquio


A minha bagunça tem razão, significa que o que deixo aparentemente desarrumado aos olhos dos outros, está muito organizado no meu entendimento.
Isso acontece muito e com muita gente.
Desarrumar parece significar deixar sem rumo, porém é exatamente o oposto.
Tomar um rumo inesperado para os outros, porém totalmente ordenado dentro da nossa cabeça.
Ao colocarmos uma garrafinha de vidro exatamente ao lado de um cubo de papel, a gente pretende colocar sentido na cena.
Adoro saber que a coisa só torna-se um transtorno obsessivo compulsivo quando atrapalha a nossa vida cotidiana.
Quando estamos conscientes das nossas ações desarrumadeiras, tudo tem um sentido mágico que - de alguma forma - oferece beleza e graça ao olhar do mundo e não o transtorna e o atormenta.
Arrumemos pois, um jeito de embelezarmos o conjunto das nossas palavras ditas, de forma que pareçam ter nascido da elegância das nossas palavras escritas sobre uma das folhas, de um bloquinho de papel manteiga