segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vigas mestras e discípulas



Hoje li a coluna de um filósofo.
Sem favor, leia você também.
O texto está grudado numa das páginas do jornal folha de são paulo, na ilustrada, pensado e grafado pelo pondé.
Fala do nosso desejo infindável e traiçoeiro.
Ele - o desejo - nos trai.
Ele fala que a recusa em abrir mão do nosso próprio desejo em favor de algo maior, destruiu a noção de caráter.
Falo agora de uma característica peculiar, egoísta, artística.
Eu estava a cinco minutos atrás arrumando um pequeno terço - presente de minha mãe - que fica aplicado no espelho do meu automóvel.
Pensei que não posso andar com o cotovelo para fora do vidro, pois dessa forma, terei participação num acidente automobilístico - esse é um fazer mágico que me transpassa o meu pensamento de vez em quando.
Mágica consciente e pouco provável que aconteça.
O fato da marginal da rodovia ter velocidade máxima de sessenta quilómetros não está em questão.
O fato é que via-se ao longe os carros quase parados.
Parado eu fiquei por um minuto inteiro, terminando de prender o tercinho com o araminho de fechar o plástico do pão quadrado.
Um minuto depois, três carros atrás de mim, colidiram.
O que estava logo atrás do meu carrinho, depois de ser abalroado, conseguiu frear.
Eu desejo acreditar nessas mágicas além dos pequenos quereres, acreditando nesse algo maior e meditando sobre ele.
Algo maior que eu é a necessidade do outro.
Vejo com clareza que é necessária a troca de afeto e carinho, é necessário um beijo e principalmente um abraço bem dado, doado sem fronteiras.
Egoismo meu o abraçar sentindo a energia carregada desprender-se de mim sem ser impregnado no outro.
A energia foice.
Ceifamos a carga alterada para mais.
O outro e o algo maior.
O outro e a crença mágica.
Nossos desejos trocados, ficando menores do que dantes.
O outro e eu, você e nosotros