sábado, 10 de dezembro de 2011

Essa


A vida é essa.
Essa com a qual enxergo as folhas vermelhas de um vermelho flor.
Essa cujo instante me aproxima do pêssego e permite que eu me aproxime de você e do relógio que o menino postou na foto do perfil.
Aquela frase que diz que parente a gente não escolhe me deixa a escolha de colher mais vida: nessa.
Essa semana a menina disse também que só acreditava nessa vida, até se casar com um macumbeiro.
Achei graça na graça do santo.
Energia pura - essa que essa vida impõe - assim como aquela que com as mãos impostas a gente cura.
Duramos instantaneamente na cura instantânea que gruda/cicatrizando todos os instantes.
É num instante como esse, que eu dei responsabilidade à velhice pelo fato de ter lido duas vezes a mesma frase.
O que me fez olhar para a meninada representando e depois olhar rapidamente para o papel onde estava escrito o texto, foi o instante referente ao suposto erro.
Um dia depois fui entender porque a menina perguntou se eu queria que ela imprimisse o texto com letras maiores.
O local da leitura tinha pouquíssima luz e eu troquei os óculos para ficar mais bonito.
Essa é a vida - muitas e muitas vezes - improvisada e bela.
Bela é a vida e não eu.
Eu instantaneamente viro nós, no meu mais integral egoismo ínstimo






Foto de Sandra Maria Della Nina