sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Calorento


Na verdade.
A menina acha muita coisa bonita porque ela não contém toda a delicadeza que o jardim interno dela contém.
Na verdade não cabe a mentira.
A mente em tiras, tira a nossa capacidade de interagir com as partes e parte de nós se corrompe quando elas não se comunicam.
É assim que a verdade dói.
Dói quando desaparece e desaparece não porque dói.
Tiras separadas são paralelas e, portanto, jamais são justapostas, sobrepostas, ou encontram-se num abraço.
O barulho externo dos meninos foi substituído pela concentração em cada gesto.
Havia um interesse no tic tac do tempo e eles não podiam errar a marcação.
Não podiam na verdade deles, eu mesmo errei, quando repeti a minha fala e dei a desculpa que se tratava da minha idade avançada, afinal, no começo da apresentação eu disse que seria a versão idosa dos meninos e meninas que estavam se apresentando.
A moral da história do livro surrealista é que a gente mais velha não deve perder-se do menino que habita dentro.
Digo apenas que faço muitas coisas relativas à arte durante todo um dia, porque não consigo ficar sem fazer.
Uma verdade aparece sobre a outra e mais outra e mais uma e assim o que era a manga fruta, vira manga da camisa. 
Essa que eu avisto daqui, mas que não visto agora, devido ao calor que faz - mesmo sem mangas