quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Perfumante


O instantâneo do amor é realidade pura, quando a gente ri, ou chora a toa.
As vezes o choro nem é tão a toa assim.
Choramos com certa dor, quando o amor é chamado à lembrança.
Quando é resgatado do fundo.
A pessoa amada não está presente por algum motivo, seja o motivo, ele qual for.
O filme indiano mostrou o moço amoroso beijando a cicatriz da amada.
Beijar cicatrizes é tarefa primeira do amoroso.
O romantismo tende a ser refinado e doce com as cicatrizes e até com os cortes que ainda sangram daqueles que são amados.
Também por isso o amor é conjugado no plural.
O conjugar, o amalgamar, o juntar com, não é essencial ao ato amoroso, ele é o ato amoroso.
O fato de não se amar sozinho já é bastante propagado através da fala e da escrita e é profundamente uma dita verdadeira.
O amar conjuga-se, faz-se com o outro e esse fazer é uma ação amorosa e não amante.
Tenho quase certeza que é ato da razão, embora tenha carga de emoção extraordinária.
O que há é o espírito, por isso diz-se que o espírito é santo.
O amor é santo, de tal forma que o malfeitor ama, em algum determinado instante, tenha o instante, a medida que tenha.
O amor é essa coisa bonita que nos faz baú poroso de guarda.
Guardamos para que nos sobre mais para multiplicarmos bastante pelos buraquinhos da pele perfumada