segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dobra que dobra o sino



Dobraduras são mais fáceis quando se vinca bem vincadinho o papel.
Passa-se a unha sobre a dobra, por mais que isso possa causar arrepios.
Vinca-se e a dobra aparece como mágica, num toque, num gesto.
Disse aos meus alunos que ainda era tempo de querer ser curioso na sesxta, ou na sétima série.
Todos passaram a produzir com dobras no papel quadrado, uma pirâmide de base quadrada.
Uma estrela com quatro pontas nasceu de outras duas tiras retangulares, dobradas uma ao contrário da outra.
Os contrários unindo-se para originar a fonte de luz, posta sobre a pirâmide anterior.
A base é a mesma, mas as formas de pintura, soam as mais diversas.
Eu adoro essa forma de trabalhar antiga, onde se parte do modelo.
O que se consegue a partir desse inicial processo, é surpresa em cima de surpresa.
Pudéssemos descrever as várias formas pictóricas e gráficas, ficaríamos felizes para sempre com os resultados.
A felicidade eterna não nos é possível, portanto, fiquemos com os momentos e com a possibilidade constante de imaginarmos inúmeras coisas sem modelo.
A curiosidade vai dar conta dessa empreitada, mesmo que dessa forma ainda paire um modelinho escondido nas entranhas da criação.
Nascemos e desde então nos sujeitamos a sermos sujeitos inspirados pelo que vemos e sentimos por todo corpo.
Do nosso jeito dobramos os materiais que nos são impostos.
Dobro a minha cintura e danço do meu jeito atabalhoado e engraçado.
Danço na sua frente e no seu lado.
Danço de dançar colado.
Colado como a estrela que enfeita a árvore modelada pelo pinheiro.
O meu modelo de conduta pauta-se pelo vinco fora de moda que é a dobra da minha barra.
Dançamos sem movimentar um nada, movimentando tudo