terça-feira, 15 de novembro de 2011


Você estava nascendo e ele já tinha uma lambretta.
Esse você pode ser eu, pode ser você, o que importa é que ele tinha uma lambretta e já desenhava com nanquim.
Hoje podemos ler e o lemos.
Ele já fazia composições com efeitos ópticos, sangrando as figuras pretas e revelando quadrados e ratângulos justapostos.
Seus desenhos e pinturas foram usados para estampar tecidos que embrulham pessoas com beleza colorida.
Essa beleza que é dolorida de uma dor intuitiva e prazerosa para quem a vê de longe, de perto e nunca tão dentro.
A beleza mais pra dentro é uma beleza desnecessária, na medida que é uma beleza que já o é deus de sempre.
A beleza da lambretta é uma das que vai e vem e vai e volta.
Volta a ser beleza na velhice do ser que pinta e que encanta novamente com as justaposições e sobreposições das camadas de tinta.
Achei bonita a última camada que emoldura a figura abstrata, agora escolhida.
O cineasta espanhol nos ensina e lemos bandeiras, paredes e piel.
Se gostas tanto dele deverias vestí-lo.
Estou achando bonito descrever uns traços sobre a pintura bela que atrai as linhas.
São elas ali, vestindo, habitando a pele da pintura