terça-feira, 8 de novembro de 2011

Reconhecendo


Alguém me levou a pensar sobre a dificuldade que é dar aulas sobre Arte.
Quero dizer que essa dificuldade não é maior, ou menor do que ensinar matemática, ciências, ou língua portuguesa.
É uma dificuldade de natureza diferente.
Diferente por natureza e por desenvolvimento.
Pensei que o que hoje interessa aos que pensam questões para exames seletivos, é a ruptura com a tradição clássica acontecida no final do século dezenove e que propiciou o surgimento das vanguardas no século vinte.
Essa ruptura tirou do artista o peso da aptidão para os trabalhos manuais e gerou a possibilidade da criação de imagens jamais pensadas até então.
O retratar a realidade com maestria deu lugar a sutilezas mentais que transformaram a própria realidade.
A frase de Klee expressa magistralmente essa ideia:
Eu não represento o visível, eu torno visível.
Esse poder de criar uma nova natureza com naturalidade é a essência do que deve ser apresentado e representado às pessoas, no exercício constante da observação sensível de todas as coisas e situações.
Essa capacidade - com certeza auxilia - nos fazeres todos de quem permanece vivo, para transformar tudo aquilo que precisa ser transformado.
Fazer aquilo que a gente já sabe fazer faz tempo, não nos desafia suficientemente no nosso caminhar conhecedor