segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os panos


Visitante nove mil e nove, espelhar na visita.
A visita que fiz ao amigo moldureiro.
Dois pedaços de tecido já pintados e grafados já estão em suas mãos a espera da colocação das madeiras que lhes darão suporte.
Esperam por um bom trabalho, algo que faça com que suas aparições sejam mais sustentadas na verticalidade da mostra.
É uma espécie de gosto.
É uma espécie de rosto.
É uma espécie de espelho refletindo os sinais.
É o de nós sempre posto.
É brilhante e é fosco.
É uma espécie sem vinco é o menos e mais.
Cantarolava isso antes de chegar em casa.
Logo após ter deixado ao largo, os panos.
Uma pessoa, duas, duas faces, humanos, dois cavalos.
Parece-me uma guerreira, algumas, seu dogma posto.
Asas para que te quero?
As cabeças selvagens já descansam numa fisionomia menos feliz, aquela que está estampada naquele que nem de moldura precisa, já que acontecerá na própria parede.
Assim testamos as vinhas, as uvas, os frutos marcados nos panos achados recheados.
Já foram forro de banco em seu teto.
Não desses bancos que usamos para sentar.
Mesmo esses nos são caros, afinal nos colocamos a disposição, recheados com a graça da contemplação.
Daqui de longe vemos o aquário, de perto, sabemos como água fora dos potes