quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sóis e voz entre as mulheres

Meus olhos foram, mais uma vez, impactados por uma mensagem outidorística propagada por uma instituição educacional:
Diz a coisa que a herança a ser deixada por eles para os nossos filhos será a segurança e o bater as asas.
Vocês já imaginaram alguém batendo as asas de forma segura?
Se existe alguma coisa pouco segura é batermos as asas, dando asas à nossa imaginação, nos encontrando com o nosso mundo à parte deste.
Alçamos voo, e é justamente a insegurança que nos faz encontramos coisas nunca antes imaginadas, ou pensadas.
A segurança nos massifica e uniformiza ao que tantos outros já inventaram e descobriram.
Muitos acham lindo, mas não compreendem direito e - de vez em quando - até têm raiva de quem compreende.
Eu estava a espera do documento licenciador do meu automóvel, quando li nas costas da camiseta preta:
Os filósofos interpretam o mundo, porém o mundo precisa ser transformado.
A teoria e a prática, casadas e lindas na dialética pós dicotomia.
Volto às bodas e fico exercitando as minhas asas, imaginando a expressão da mãe e do filho - esse - o filho de Deus.
A mãe dizendo:
Filho, eles não têm mais vinho.
Ele advertindo:
Mulher, ainda não chegou a minha hora.
E ela, olhando com severa calma para o rosto do filho, dizendo sem direcionar o olhar para os dois servos da festa:
Faça o que ele lhes disser.
Uma amiga não conseguiu atingir o meu mundo paralelo e disse:
Os evangelhos suprimiram demasiadamente a mulher das escrituras.
Disso não tenho dúvidas, mas eu estou realçando justamente a passagem primaz não suprimida, onde é a mulher que dá as cartas e a ordem para o começar de Tudo.
Repito:
Tente reparar nas expressões.
Imagine o olhar da mãe para o filho Deus.
Uma mulher inteira, completa em seu olhar afirmativo, direcionado e vocacionado para ele - o filho:
Faça tudo o que ele lhes disser, porque eu estou pedindo.
É quase a mesma coisa do que amar ao próximo como a ti mesmo.
É afirmativo, simples e só isso.
Basta essa atitude para a transformação do mundo pós filosófico.
Precisamos aprender a sermos sóis e muito bem acompanhados.
O meu espírito se congrega ao seu, namastê, amém, assim ligados como sempre, entre o céu cheio de estrelas atingíveis e as nossas inseguras cordas bambas.
Essas - no feminino - que nos ensinam tanto