terça-feira, 11 de outubro de 2011

Boca da gata


Falo com o porteiro e ele me lembra sobre o que eu falava em outro canto.
Eu falava para outros tantos.
Eu falava ontem e ele fala agora sobre a Operação Cavalo de Troia - o livro.
São oito volumes, mas para mim basta o primeiro.
Se inventada foi a história, aí existe a prova que a mente humana é capaz de coisas fantásticas.
O livro me mostra isso - por exemplo - na similaridade da visão que eu tenho do filho de Deus, quando esse se fez à nossa imagem e semelhança.
Meu irmão me disse que os três físicos que receberam o Nobel nesse ano, provaram que o universo está em expansão.
Disse meu irmão que eles apenas se esqueceram de dizer que estamos indo de volta para a nossa casa.
De toda essa informação, desde a troiana porteirística até a expansão univérsica, o que me enche realmente os olhos e a alma, é a que me remete à volta pra casa.
O micro e o macro - amalgamados.
Me enche a alma e os olhos, a escolha pela vida simples, além dessa complexa engenharia.
Essa lida resvala na convivência.
Não vivenciamos sozinhos na nossa preferência.
É nas relações que nos colocamos à prova, nos referenciamos, nos aproximamos das alegorias e das profecias próprias e coletivas.
A minha simplicidade deve ser compartilhada e pode não ser a mesma do outro.
A do outro é de uma necessidade quase perfeita e singular.
O moço que falava em parábolas era - sem dúvida - um sujeito bem humorado e crente na esperança, assim o livro o apresentou a mim.
Contaram-me que no jornal televisivo mais visto desse Planeta Brasil, foram mostradas as imagens gravadas que contam sobre a intensidade da violência temporal.
Uma tempestade que busca acostumar os nossos olhos a viver sem guarda-chuva.
Eu, poliano como nunca, poetizo sobre essas bagunceirices das crianças malvadas.
Quintana escreveu:
Se as coisas são inatingíveis, não é motivo para não querê-las. Que triste os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas.
Rapidamente um aluno me disse:
Meu Deus! Se esse poema caísse na prova de Literatura eu não teria entendido nada.
Como me parece rico, simplesmente perceber que nos encantamos com as estrelas - que ficam distantes - fisicamente intocáveis - e o encantamento que traz, fazendo-nos querer ficar observando o céu para ver se alcançamos alguma graça.
Eu acho tudo isso engraçadíssimo, cheio de graça, posto que a dificuldade é grande, mas a nossa boca tem sorriso largo