segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Roda gigante com três furos


Outro dia fiquei sabendo que as faixas para pedestres com fundo vermelho devem ser totalmente respeitadas pelos motoristas.
Pensei de imediato nos automóveis, como grandes bolas de boliche, fazendo strikes nos pinos totalmente desavisados sobre a natural imprudência humana.
No mesmo dia, observei uma jovem senhora estacionando rigorosamente sobre a referida faixa vermelha.
Ainda não totalmente satisfeita, ela foi logo atropelando um cone posicionado à sua frente.
Descritível a cena, porém quase inacreditável.
Conseguem imaginar o estrago feito nas pessoinhas sossegadas atravessando na faixa de fundo vermelho? 
Ouvi a frase: O papai faleceu, às 3 e 33, assim como comprei duas bandejas de queijo que custaram - cada uma - R$3,33 e hoje no banco, a minha senha foi 333.
Concordo com o povo amigo que me diz que isso acontece porque eu fico prestando atenção.
Os pinos de boliche são desatentos, ou creem demasiado no altruísmo das bolas furadas?
Espelho-me na inteligência das horas e na abstração da quantidade das coisas.
Quem diria que cento e sessenta e nove laranjas seriam 169?
Só diria esse povo, que despertou do sono profundo e inventou de dar nome e números as coisas situacionadas.
O acionamento das situações é imprescindível pra quem não para quieto.
Não apenas as pernas são inquietas, como tudo que temos de direito, se mexe.
Parar pra que, se o mundo inteiro se mexe?
Imagine se parássemos um pouco e sentíssemos a Terra girando em torno de si mesma.
Não.
Já chega a jovem senhora que gira, gira e gira, e permanece imóvel, em torno de si mesma.
Também tenho esse péssimo costume, mas gosto de esquecê-lo em casa, de vez em quando