quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O largo


Vou repetir:
Uma palavra leva a melodia para um outro canto.
Tum, tum, tum.
E dessa vez não é o tum do coração, ou coisa parecida.
É o seu tum tum tum sem vírgulas.
E ainda se encerra com um tcham tcham tcham que não se parece em nada com o segura, ou qualquer outra lâmina.
O fio de uma navalha palavreada, que corta as sílabas e acaba não descartando nada.
Nem a sobra e até o que ainda restar dela possa.
A finíssima dádiva que passa pelo divã e alcança a diva e mesmo assim só alcança de ponta de dedos.
A voz.
Um tum e outros tantos.
Um tom só, agrupado, engalfinhado, amálgama de zuns.
Um tocar de tambores que ouvimos de longe, afinados na tamanha afinidade tanta.
Mãos direitas e esquerdas quase tocando os arcos que esticam o couro.
Um toque total e mensageiro.
Aqui estamos - ao largo