terça-feira, 20 de setembro de 2011

Muda


Pouquíssimo barulho.
A afinação timbrada.
Um som reverberado, reverberando, reverberando em mais e mais e ainda mais.
A afinação da afinidade é um carinho do tempo.
Eternamente soado sem ser suado, sem ser movimentado na exaustão, sendo simplesmente afinado na afirmação.
Nossas afirmações são severas, porém sem rigidez ou brusqueza.
Fui ao dicionário e achei o silo, pensando docemente sobre o lugar que guarda as vagens, as coisas de vida verde e acabei achando os gregos poemizando satiricamente.
Afinidade com o pensar bem junto sobre coisas que pouco se pensa em separado.
Isso nos parece qualidade de vida.
Um aluno perguntou-me:
O que você acha que há entre o bem e o mal?
Foi o tempo de pensar bem pouco e ele achou a resposta pra mim:
A vida.
Essa coisa atemporal sempre sujeita ao bem e ao mal, domesticada pela nossa humanidade sob medida.
Escarafunchei na minha insignificante - com o prefixo in ainda introduzindo - e afirmei que qualquer atentado à vida é ação maligna.
Fazemos mal quando atentamos contra a vida.
A vida permanece sendo esse terreno propício ao nosso fazer bem feito.
Temos afinidade com ela, sabendo exatamente sobre a sua infinitude - desta feita com o prefixo in retornando à sua origem que nega o resto da palavra.
Infinitude de atitudes simplesmente definitivas e definidoras do mapa sem fim.
Mapa em eterno descobrimento, eterno calor jogando as colchas.
A afinidade já nasceu muda, e muda cresce na nossa vida, totalmente desprovida de finalidade