sábado, 3 de setembro de 2011

Nuca


Uma peruca.
Ela poderia ter uma, onde a cor combinasse com sua pele.
Não foi necessário, ou necessária outra combinação de cabelos.
Seria uma questão de facilidade, mas mais fácil continua sendo pentear os seus próprios pensamentos.
Ela veste bem e ela forma opiniões de forma mais veemente ainda.
Ela é uma senhora que embora diferente da minha outra, é regada pela mesma fidalguia.
A idade do ouro reluz em ambas e me serve como exemplo de trabalho e oração.
Duas tarefas escritas e reescritas na placa da casa que tem a mágica e a razão como alvenaria e telhado.
O corte que me estrutura a cabeleira me enche de orgulho e espelho.
Reflete na minha cabeça a estrada feita com a água dos seus olhos.
Os seus e os delas.
O segredo que nos agrega, minuto a minuto nos é revelado nas linhas dos pelos.
Foram precisos parafusos mais largos para alargar o plástico e prender nas bordas.
Bordas na minha cabeça o rendado que embeleza o vidro da geléia.
A geléia real é parte do mel que dá nome à abelha rainha.
A augusta rua que sobe e desce, nos aproxima da praça que sustenta a árvore de raizes nobres.
O desenho que assume carne é pintado pela veia que assume-se caneta