terça-feira, 30 de agosto de 2011

Nuvens de ideias


Uma nuvem é capaz de nos mostrar muitas coisas.
Uma coisa e todas elas.
Essa é a velha história de achar figuras no céu das nuvens.
Essas coisas etéreas, porém nada efêmeras.
Meu pai, quando eu era criança, dizia que eu tinha a cabeça nas nuvens.
Tinha não, tenho, afinal são tantas as figuras que se formam dentro dessa cabeça de pouca telha.
Sempre que essas coisas vão se compondo dentro de mim, eu penso na abstração e na figuração.
Acho lindo estar presente nesse tempo que a tradição rompeu-se dando origem imediata às infinitas possibilidades de achar diferenças nas coisas mais semelhantes.
É pouco a mimese, a semelhança das coisas naturais e verossímeis.
É pouco.
Transcendemos a árvore e chegamos aos pulmões.
O artista que pensou a capa do compact disk do senhorzinho que teve problemas respiratórios, provocou nela uma árvore.
O senhorzinho presenteou seu trabalho com o nome A árvore da vida.
Você deve estar tendo coceiras de vontade de expressar-me:
Mas é você que deu essa interpretação.
Foi?
O que tens a me dizer quando lhe penso um bambuzinho da felicidade?
Um caminho para o céu, uma placa de trânsito, uma bandeira amarela tremulante?
Nada disso?
Uma menina que pensa as coisas da arte perguntou-me de manhã, se as pessoas fingem que não têm ideias mirabolantes como essas nossas.
Eu lhe respondi seguro:
Eles nem fazem ideia, ou melhor, eles têm todas as outras ideias diferentes dessas que mirabolam