quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Rugir


A assinatura.
Um desenho que quando eu era pequeno, entendia como uma cobrinha.
Achava bacana, achava o máximo, mas ainda não achava o sentido.
Depois de jovem entendi, enxergando que era o seu jota e o seu sobrenome.
O desenho da identidade, do jeitão, da característica, uma partícula da particularidade.
Ser um risco contínuo já garante o enigma da simplicidade.
Hoje eu volto a desenhar na perna de uma das minhas calças.
Estou recheando-a com uma única linha.
Pedirei a rainha que borde no algodão da camiseta, o gesto e ela o fará com a maestria do mestre simbolizado.
Ela o fará com a emoção explícita que lhe garante a galhardia, a força e o arrojo.
Lágrimas geramos todos os dias para irrigar a seiva ainda bruta do nosso corpo humano.
O garoto da assinatura brilhante ainda vai nos dar muitas referências na sequência.
Ainda nos doará - muitas vezes - o lustro do seu brilho.
Treze ou quatorze vezes, espelharemos as vinte e oito luas aparecentes a partir do sol.
Ruge a sereia do encantamento.
Ruge.
E a fábula urbana diz que o autor terá cada vez menos o seu trabalho remunerado.
Essa fabulosa teoria ganha mais força na lida com as novas tecnologias.
Da forma que recebemos, doamos as obras que dessa forma não são mais nossas.
O novo mecenato passa um novo tipo de chapéu cibernético.
Ruge beleza, ruge