segunda-feira, 1 de agosto de 2011

190


Cento e noventa conjuntos de palavras.
São registrados de forma a serem passíveis de poderem ser lidos.
Que lê reage, relê, produz outros tantos conjuntos e, de alguma forma, consegue traduzir a poesia em vivência.
A vivência poética, na minha compreensão e no meu sentimento, só pode ser vivenciada sorrindo enaltecendo a beleza.
Claro que esse meu sentimento e essa minha compreensão não é compactuada com todos, e talvez, nem com a maioria das gentes.
Não há problema, ou há!
O problema gera conversação, dialética, debates internos e externos.
Há o sorriso doce e há a angústia sofrida, há o capital e há o interior.
Eu é que me ocupo a dedicar-me ao sorriso.
Ocupo-me ainda mais, após a manifestação da doença e da dor aflitiva.
Eu é que apaixono-me pela alegria, pela graça, pela festa da palavra e dos traços, pela poesia que encanta-se além da moldura.
Quando escrevo isso, não quero erguer uma torre enorme para trancar-me no alto.
Adoro o chão e a teimosia do depois a gente conversa sobre dinheiro.
O touro empaca no brincar com as palavras e com a força da sua expressão.
Como disse o poeta, a palavra dita não admite rascunho.
Eu digo que as não ditas são importantíssimas, na medida que são ditas pelos olhos.
Essas palavras sim - as ditas pelos olhos - podem falar também por imagens, de tal modo, que as pinturas, os desenhos e os objetos, nos falam claramente como vocação.
Lembrei-me que passamos pela experiência de visualizarmos a experenciação de um casal que optou por não ter filhos.
Escrevi isso, pensando e sentindo que a razão de tanta ocupação financeira, ligada ao trabalho, teve como fundamento a sobrevivência dos filhos até tornarem-se gente adulta.
No momento que esse processo encerra-se, sinto cada vez mais a necessidade de avançar para águas mais profundas.
Desejo dizer o que é dito pela poesia líquida.
Quando a nossa casa torna-se xícara, depositamos nela a água que é fonte de vida e pureza.
Sabendo que pureza é mundo - e esse - deseja não ser tão imundo, tornamo-nos regador e fonteamos o nosso atravessar de avenida, enquanto eu ainda rio