terça-feira, 26 de julho de 2011

Aniverso


Outras vezes escrevi sobre os versos de um ano, aniversários.
Ontem, comemorou-se um dos aniversos e eu soube que um irmão lê o que escrevo e interessa-se.
O interessante não é nem um fato, nem o outro, afinal os meus irmãos são interessantes, sendo esse, de um particular interesse.
A irmandade múltipla, impossibilita gestos como o do sorridente norueguês matador.
A multiplicidade de possibilidades, miscigenação, mistura, integração de sabores e cheiros, vão possibilitando novos e deliciosos pensares e, por consequência, fazeres.
O pensar sem o fazer é não termos a chance de usar um parafuso, ou movimentar com rodas, as pedras para a construção da esfinge, ou da pirâmide.
Quando a pirâmide social transformar-se num cubo, talvez esse mundo seja um aquário de anfíbios que vivam em dois ambientes muito diferentes com a mesma destreza e competência.
Essa filosofia está distante da influência maciça do capital, que altera os interesses políticos, religiosos, institucionais e, portanto, torna aparentemente impossível a ideia da disposição social cúbica.
O quadrado tem quatro lados iguais, porém o que acontece dentro do seu plano interno pode ser totalmente diferente, na diferença que muitas vezes é atribuída à provocação artística.
Na opção de pensarmos que dois dos lados são verticais e dois são horizontais, aí já temos a diversidade implícita necessitando da explicitação humana.
Humanos que somos, vamos criando versos, ano a ano, mês a mês, dia a dia, na esperança que nossos versos-gestos-instantâneos possam minimizar as dores, nossas e fundamentalmente dos outros a quem menos foi dado e oferecido