quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cirurgia


Com precisão milimétrica o corte acontecerá como um risco.
Os riscos existem.
A limpeza dos lugares sujos será a primeira providência remediada.
Bactérias são seres minúsculos, porém cheios de poder.
Podem tornar-se coisas muito más, tornando-se doenças sinistras.
A ciência, a cada dia, vem mostrando suas variadas caras depois de modificadas e multiplicadas.
Nesse contexto, o doutor vai abrir a perna na região do antigo joelho, a fim de limpar os espaços infectados - gelatinosos meios de cultura bacteriológica.
A cultura desses organismos tem se mostrado uma organizada trama.
Talvez a existência dessa dita, insista em manter um número relativo de gente no planeta.
Claro que além dessa, as culturas do poder ganântico, da fome e desse paradoxo, tratam de gerar e revitalizar a todo instante novas guerras químicas, que mantém sob um mundano controle, as pessoas faróis, que enxergam muito além da muralha dos faraós.
Eu mundano que sou, quando fiz a cirurgia na mão esquerda, não pude ver meu dedinho sinistro sendo operado.
O doutor não deixou, porém, numa operação de destreza extrema, o anestesista fotografou a cena com seu celular e mostrou-me, logo após eu ter voltado rápido do sono administrado.
A imagem mostrou que estavam lá, dois pininhos e uma agulha, antes da carne ser fechada.
Hoje, apenas a agulha me acompanha, e nem no frio eu sinto doer essas coisas.
Ontem a fotografia mostrou a florinda cuidando do beija flor.
Hoje, minha mãe pede oração para várias gentes, de várias partes e de várias correntes, crenças e maneiras.
Hoje, nós todos pretendemos cuidar do garoto, que me deu de presente um jeito interiorano e romântico de doar risadas