segunda-feira, 11 de julho de 2011

Traumas


Mais do que uma vez escrevi sobre os traumas.
Traumatismos, pancadas, esbarradelas que nos despertam para fatos futuros, usados como disposição para a mudança.
As versões positivas dos traumas.
Também é por tudo isso que vou deixando as marcas no meu automóvel.
Uma motocicletinha esbarra na minha traseira e faz um amassadinho.
Uma tempestade na estrada e um carro esporte chapa a traseira.
Chovia na cidade, o sinal estava fechado e eu parado.
Ao olhar para o retrovisor, vi que o carro brilhando de novo não ia parar.
Não para.
Ele tenta desviar e fica todo ralado.
O meu carrinho amassa um pouco abaixo do farol traseiro.
Meu filho, assim como o pai, estava parado no vermelho, quando uma senhora motorizada, sai do seu lado direito e atravessa a ponta lateral, um pouco antes de alcançar o farol dianteiro.
Tudo permanece inalterado.
Todas as marcas dos acontecidos permanecem impressas no móvel transporte.
Transporto assim os acontecimentos em mim.
Veículos de passar-me a frente.
Maneiras que vou encontrando para encontrar-me com a criação, com a relação ensino/aprendizagem, aprendendo muito mais do que ensinando.
Por mais que eu tente não consigo explicar usando as palavras.
É dessa forma que escrevo esses versos, essas desrimas, essas tentativas insistentes de explicar tudo o quanto teimo em achar tão óbvio