quarta-feira, 29 de junho de 2011

Uns tuns


Tum, tum, tu turu tum tum.
Um tambor aderente soa um som gostoso, no ranger dos ossos e da lã sobre seu colo.
É nesse contexto que as fagulhas e pontas de agulhas apontam para os pontos certeiros.
Pontos que parecem os dedos das mão ágeis, que retiram a sacolinha do lixinho branco.
Tu não vês, porém, o dedinho lhe enfeita o gesto.
E o meu aluno me disse obrigado, depois deu ter-lhe dito, não tem de quê!
Agradecimentos de quem se reconhece na diferença absoluta, no sonoro falar do violino percebido.
E ele me acha parecido com seu pai.
Um pai deve parecer e ser assim bem paciente, permitir-se curar.
Ser mais paciente e menos doutor.
Você me carrega e eu ando e dando corda, avoamos.
O soro fisiológico para a solução das dores é a fisiologia da afeição.
É interessantíssimo como a espiritualidade do fazer é cósmica essência curativa.
Não faço mais do que minha querência, quando dedico-lhe alguma palavra, ou colagem.
Eu tinha toda a ideia na cabeça, foi só eu sair pra rua e já me ofereceram mais matéria.
Muito boa a sensação de poder oferecer-lhe mais gentileza multiplicada.
Um raio X real, porém diferente de todos os que eu havia pensado.
Pensando e sentindo a fluidez dessa matéria de feitiço espiritual.
Eu ia usar a matéria original, mas alguém interveio e usarei a xerocópia.
A originalidade do querer ver minhas mãos no ofício, é sua.
Nada mais justo, que os tambores ressoem tuns, no tu que só em ti é um coração volante