sábado, 25 de junho de 2011

Janelas


Um tempo cinza e a feira é livre.
Um dia bonito e nada é de graça, só nós fazemos graça.
Nós e a turma do circo místico, holístico, olhístico.
Enxergamos no aperto um salto de soltura imensa, laçando com fio elástico o outro que enxerga bem parecido.
O olho elástico alcança a elasticidade do sentido de todas as coisas, afinal, uma cadeira é muito mais do que sentar-se.
Sentamo-nos sob a grande árvore e arvorecemos de comprar tomates.
Fazer uma cesta com alface americada é devotar-lhe graça nesse mundo temporoso de andar bem devagar.
De vagar na divagarânsia dos poemas é a nossa praia mais próxima.
Andamos de andarmos sobre a areia somando às conchas.
Ouvimos uma delas e os oceanos todos compõe uma única canção aquática.
Um tigurfi de pedra lisa atirada no lago pelos meninos e meninas.
Uma tenda sem teto, um cubo mágico unicolor, duas cabeças pensam muito melhor que uma só pensando sozinha.
Amamos pensar aqui dentro e você aí dentro.
Aqui fora, pensamos seres vizinhos, conversadores de conversas gigantes, que aldeiam mais que um globo só.
Acompanhados estamos de nós mesmos e de tantas caixas.
Vestimos nas coxas, abridores de fitas adesivas e nos arriscamos a cortá-las ao meio.
Abrimos caixas e acompanhamos de perto, as surpresas que elas guardam.
Não as guardamos, nem aguardamos, nem fazemos papelão.
Colamos acreditações compreendidas, para melhor compreendermos o que nos cerca.
A nossa cerca é um pouco mais frágil do que essa, que a revista, determina a feira