quarta-feira, 22 de junho de 2011

Batom


Essa manhã, passei observando os alunos que faziam prova de língua portuguesa.
Essa última palavra já teve acento e eu também já o tive, enquanto espalhava pela cidade, cadeiras de madeira, baratas.
Acententei-me com elas, na colocação de grafismos nas cores da bandeira sorocabana, a terra rasgada.
Por onde andam essas cadeiras eu não faço ideia.
Ideias são fazedumes de minha preferência, quando minhas e principalmente dos outros.
Como é lindo poder pensar e achar que uma ideia que você teve, é realmente sua.
Um frisson.
Claro, que na maioria da vezes, estudiosos que estudam sobre todos os assuntos, acham uma referência já escrita daquilo que a gente, naquele instante, pensou ser nosso.
Enfim, acento-me jamais no sossego.
É o desasossego que me desacenta.
Faz-me levantar e olhar com novos olhos, com outros olhos, com a visão espaçosa de quem está livre para saber que a imaginação admite tudo.
Dinamite que explode a pretensa suavidade da preguiça.
Observo a extensão das questões que nos aflige ou atiça.
As respostas estamos dispostos a doar com graça e de graça.
A necessidade da experiência de colocar os dedinhos na tomada para ver se toma-se choque, não é a mesma que move o leitão até a lavagem.
Farto-me com o reaproveitamento e a pintura feita no pano de limpeza, depois de várias passadas pelos vidros sujos de terra e sereno.
Um segredo guardado em bolsa de mulher.
O que será mais pintura?
O pano fininho esticado no chassi, ou as fotos feitas dele, originalmente estampadinho?
Mais pintura é o batom nas bolsas dos olhos.
Dos seus olhos, de misturar as cores