segunda-feira, 20 de junho de 2011

Com apreço


Um amigo de criação escreveu, que se tiver preço, não tem valor.
O artigo na revista diz que a arte, através dos seus produtos, também tem a ver com o mundo do deus dinheiro.
Deus de sempre não mora novidade nisso.
Qual é o valor disso tudo?
Não fazer aos outros aquilo que você não quer que lhe façam, mesmo que esse outro não esteja lhe vendo.
Vendo.
Interessante essa postura do verbo.
Se eu estiver, lhe vendo.
Vendo nada, lhe dou.
Vendo tudo, eu compro e lhe dou um outro tanto.
Vejo-lhe de forma clara, cristalina, mesmo que o cristal esteja um preço abaixo do preço do diamante.
Amantes do dia, elegemos a noite para as delicadezas. 
O valor que deposito na nossa caixa, recoberta nos toques, é o mesmo que você deposita.
Tanto que preferimos que nada seja colocado nela.
Damos preferência para que uma aranhazinha, nela e dentro, teça uma bela teia, exatamente linda no cruzar das três arestas internas.
Estando te vendo, ou não, não vendo-lhe nada, afinal, tudo o que vejo e vislumbro é teu, dado.
Dado o fato de ver-te de onde estou, valho-me de tudo o que posso para transformar esse tudo, em um pouco mais.
Que a arte é todo o processo, disso não temos dúvida, porém, como é valorizado o colocar os olhos no produto!
Para o produto, as técnicas.
E como é lindo descobrir um jeito novo de fazer tal coisa.
As coisas valem o quanto pesam, apesar dos pesares.
A mais pesarosa e problemática, é a balança da justeza, que na placa colocada na frente do escritório de um advogado aqui na nossa cidade, pende para um dos lados