domingo, 19 de junho de 2011

Galhos decorados


Ela adora árvores com raízes expostas.
Fui recolhendo galhos, à semelhança daqueles que vimos perto das tendas, no museu.
A ação tão simples de testar o poder das lâmpadas, a sua iluminação externa e essa que nos alumia por dentro, prata e borracha.
Amanhã começo a pedir para alunos e funcionários amigos, carrinhos e bonecas de plástico.
Esses brinquedos baratinhos, para brincar de montar uma coisa grande, com rodas na base.
A tradição diz que menino brinca com carrinho e menina brinca com boneca, mas desta feita, qualquer um pode trazer qualquer um dos gêneros de brinquedo.
Que mal há na filha seguir os passos da mãe na lida com as coisas da cozinha, se além de tudo isso ela ainda cuida dos filhos, do emprego executivo e da troca do óleo do motor?
Será que alguém vai entender um totem modernista, que junta tralhas novas em movimento?
O movimento da peça precisa do toque das mãos, deslocando-a do seu status quo, até alcançar um novo lugar no espaço gigante.
Quais as cores das escolhas dos módulos?
A matéria plástica, soldada com cola quente, refletirá todas as escolhas feitas por tanta gente.
Quanto será o todo dessa tanta gente?
Sou eu a querer que o número de pessoas seja sempre grande, que muita gente se engaje, que muitos possam desfrutar de coisas que até minutos atrás desconheciam.
É através dos pequenos toques que se fica conhecendo.
Um toque como esse, que fez aparecer no canto dessa tela um relógio analógico mostrando dezoito e dezoito.
O incêndio na floresta apresenta um animal que passa por ele e não se apavora com as chamas.
Quem me chama eu chamo também e quem adere ao mote, me dá motivos além dos anéis.
Além do nosso entendimento e do seu, quem me lê agora, segue um mutirão de gente, que se anima com o fato de abraçar uma história.
Do que são feitas as goivas que cavam suas belíssimas xilos, se não for dos pedaços das raízes que você tanto aprecia?
Um toque de cola quente e o cobertor passeia ligeiro para o outro lado da história