terça-feira, 14 de junho de 2011

Pés no afinco


Trabalhamos com afinco.
Não existe entre nós privilégio entre qualquer razão e toda emoção.
Fincados com os quatro pés no chão, alçamos voo até uma dimensão onde tudo o que imaginamos, ainda não foi criado.
Não sendo ainda inventada, a elegância da escova, brilha os nossos dentes.
Voamos pelo céu que permeia um espaço onde sempre há uma vaga para o nosso estacionamento.
Mesmo que não apreciemos o fato de estacionarmos em algum canto ou lugar, achamos vaga.
Na nossa admiração pelo cosmo, vagamos pelos campos das ocasiões propícias para que tudo evoque o fato de sempre dar certo.
Tão certos estamos quando o número bate, o símbolo bate e batemos todos à porta dos alcances ainda maiores.
Responsáveis somos pela onda de pés fincados que se desafincam por opção e esmero.
Somos agricultores que não almejam esperança de ver os frutos daquilo que plantamos e plantamos nos instantes de respiro.
Tudo isso acontece quando a bola é alçada na área e estamos de costas para o gol.
Num movimento rápido, giramos o corpo e batemos de bicicleta.
Praticamente explodimos de alegria.
Uma alegria incontida e um sorriso de graça, vindo do moço que enxerga na gente traços de juvenilidade.
Uma graça sobre a graça que se alcança por crença e por experiência.
Um ti ti ti e um piri piri.
Sorrimos quando o relógio parece religar-nos.
Sorrimos sem ponteiros e sem defensores, sorrimos juvenais.
Na cruz, sou a madeira menor e você a maior.
No cruzamento dos madeirames, um imenso coração em chamas.
Chama, chamamos e chamãs.
Um chocalho feito com casca de côco e sementes, anuncia o dia e a noite.
Dormimos sonhando em paz