domingo, 5 de junho de 2011


Temos o poder da invenção.
Jamais estaremos desamparados.
Imagine onze equipes, com mais ou menos vinte participantes cada uma, sendo instigados a apresentar um espetáculo de cinco minutos, cantando, dançando e tocando instrumentos.
Alguém tem a função de apresentar essas equipes, uma a uma, usando um microfone em cima de um palco, sem saber absolutamente nada do que vai se passar nos cinco minutos subsequentes.
Ao apresentar a primeira equipe, seus integrantes aparecem com copos cheios com corantes e água, colocando-os um após o outro sobre a beirada do palco.
Logo, o apresentador advertiu o grupo que os aparelhos tecnológicos não poderiam receber carga d'àgua e que seria importante eles puxarem uma mesa grande para a lateral esquerda do palco, afinal eles iam colocar o líquido sobre fundos de latas e iriam bater com baquetas sobre elas, com o intuito de estilhaçar água por todos os lados, a fim de provocar um efeito visual interessante.
Interessante mesmo foi o locutor pedindo para que a platéia se distanciasse da mesa para que não fossem atingidos pelos estilhaços.
Assim seguiram-se as equipes, uma dançando e jogando no chão papéis picados e brilhantes, outra necessitando do chão totalmente limpo para que não houvesse escorregões na apresentação do seu tango.
A próxima equipe precisou trocar a bateria que estava montada no palco, porque o baterista havia ensaiado com a bateria dele e a outra precisou de mais tempo, porque o vocalista teve crise de asma nervosa.
Assim, não houve uma única equipe que não precisasse de coisas, mais ou menos bizarras, que transformavam-se em pequenos problemas, que iam sendo resolvidos na hora pelo apresentador performático e crente.
Jamais estamos, ou estaremos desamparados se temos crença, vontade e disposição.  
Dispor-se é colocar-se em variadas posições, transmutar-se sem preconceito, ou preguiça.
A vida é esse espetáculo dançante e o mais lindo é as outras pessoas não saberem o que se passa do outro lado do rio.
Ouvi depois de muito tempo a expressão "a outra margem do rio" é pensei que esse rio não tem apenas duas margens.
Esse rio é plurimargético e as margens todas, foram criadas para serem percorridas.
Você deve estar pensando que o que deve ser percorrido é o rio e não suas margens, porém eu penso que o  rio é só menor, ou maior, em comprimento e largura, por conta das suas margens, então, são essas que devem ser percorridas, uma a uma, para um pleno descobrimento do seu tamanho.
Um pleno descobrimento da sua dimensão só será conhecido por nós, individualmente, no convívio daqueles que nelas creem.
Dê margens à sua imaginação e ao toque de uma palavra sua, as águas do mar vermelho se abrirão