domingo, 22 de maio de 2011

O amor não parte


Uma cena rápida de novela.
Um moço e um velho.
O moço diz que teve alguns casos com algumas moças, mas nada sério.
Segundo ele: Foi apenas sexo mesmo.
É nesse instante que o velho diz que na época da sua juventude, ele amou todas as suas mulheres.
Ficava noivo de todas elas.
Noivava, amava, tinha carinho e respeito, amava.
O noivar, significava pra ele o compromisso.
Talvez descobrisse alguma coisa nele, na moça, ou em ambos, que o fazia partir dessas relações apaixonadas.
Chamou-me a atenção a cena porque tenho certeza que o amor jamais vai embora.
A paixão é um substantivo masculino e feminino que transita e não guarda o endereço da garagem.
O amor é esse, que jamais vai embora.
O moço representa a face do homem líquido, das relações fluidas, desse nosso tempo que parte da obsolescência do produto, da coisificação das pessoas, que as faz, para os mais desavisados, obsoletas.
Desejo ardentemente ser de uma outra parte, de uma outra gênese, sou afeito ao compromisso que acontece, no amor à primeira vista.
Invariavelmente eu creio, e crendo, me comprometo.
O compromisso é devotado e é dedicado vastamente, completamente.
Abrange todo o amor que olha de verdade.
O amor não parte