segunda-feira, 9 de maio de 2011

Na rede de equilíbrio


A identidade secreta do paciente é a doença.
Várias coisas parecem terríveis e de tanto parecerem acabam por identificarem-se com.
A paciência é a identidade cotidiana do senhor que acordou mais velho.
Adoro cortar tomates e coloca´-los na panela para que a água deles, possa cozinhar a mistura.
A mistura é o grau.
O grau mais alto da mais alta patente, essa que manda nos dizer que não temos que, nada.
A nossa experiência nos embeleza no deparar-se com duas realidades artísticas:
A estética do feio e a estética do belo.
Eu compreendo demais a estética do feio, as vídeos instalações poliédricas que projetam imagens estáticas de um contraste entre retângulos.
Preto e branco, branco e preto.
A senhora quis passar na frente da câmera para desvirtuar a imagem sólida, mas a segurança não deixou que a imagem virgem se encaminhasse por outras vertigens.
A estética do belo muitas vezes confunde-se com a massa ensandecida.
Todo mundo entende o belo e o tédio não se expressa de forma imediata.
O tédio vai se configurando ao longo do tempo, de uma vida curta e ultrarrealista.
A mistura é bela no que há de feio nela.
A feiura é a confusão da identidade do tempo, é a confusão que há entre o ontem e o amanhã.
Belo é o instante que agora nos honra, esse no qual a gente admite que as pessoas inconformadas têm os seus jeitos e não se conformam de jeito nenhum.
Podemos estar com a família assinada, ou a encontrada, essas duas que são as mesmas.
Estaremos treinando o nosso desenhar o tempo todo.
Compreender da forma como eu compreendo é de dificílimo entendimento.
Sei que o meu desenho é comportado, é medroso e desenganado, doente.
Dói de uma forma doce, que não alcança o diabetes.
Meu dia é assim feito o nosso desenho.
A identidade expressa da doença, é a nossa sanidade