domingo, 1 de maio de 2011


Meu filho está com febre.
Foi atacado por vírus, mas antes de tudo isso, ele achou na montoeira de livros, um, editado pelo centro acadêmico da faculdade de artes plásticas da FAAP.
Um livro entitulado, POEMAS, editado e multiplicado através de xerox
Encontrei no livro um poema meu, nominado Doce Infantil.
Eu contava dezenove anos, farto de uma qualidade infantil, enxergando no poema algo atualíssimo.
Reescrevo-o assim:
Doce árvore.
Empresta-me aquele mel escondido entre seus braços tão verdes.
Doce céu.
Empresta-me o seu jardim com suas contas cintilantes.
Doce terra.
Empresta-me seus córregos cheios com gotas de orvalho.
Irriga-me com suas lições trazidas por suas sementes.
Sou um triste homem.
Empresta-me a sua criança, devolvendo-me a minha doçura, as minhas contas verdes, meus pés descalços, minhas lágrimas infantis e devolva-me a semente, para que quando ela se desenvolver, ela possa emprestar-me seus verdes caules, para que me sirvam de apoio na velhice.
Acho que nunca fui um homem triste.
Eu devia ser carregado pela tristeza própria das incertezas juvenis.
Hoje agradeço, e agradecido sou sempre, por ter a oportunidade de contatar os braços da grande árvore, o seu céu, a sua terra recebedora da aliança e as sua lições.
É como se fosse escrito pela sua caneta moderna, verde de apoiar-me segura, na minha velhice infantojuvenil