terça-feira, 26 de abril de 2011


Sabe?
Que tal a gente conjugar um verbo com uma grande verba?
Um verbo no infinitivo, verbalizar sempre, no gerúndio, verbalizando com carinho e devoção.
Numa situação problema, onde meninos de quatro a sete anos aprendiam a jogar futebol, houve uma briga entre eles e o adulto professador começou a falar sobre diálogo.
Depois de um longo discurso o homem perguntou:
Vocês sabem o que é diálogo?
Um dos meninos, com cinco anos de idade, levantou a mão e o conferencista pediu que ele viesse até a frente para apresentar a sua resposta.
O menino com o dedo em riste disse a todos:
O diálogo é o pior inimigo de Deus!
Fantástico!
Que diabos foi isso?
O mundo anda assim, pondo os pés pelas mãos, afinal temos que usar pés e mãos ao mesmo tempo, todos os dias e a todo instante.
Aparelhos dos fazeres humanos, os pés e as mãos.
Uma senhora linda apresentou-me uma pequena coleção de cartões que ela recebeu de uma instituição que promove os trabalhos de pintores, que realizam essa tarefa com os pés e com a boca.
Você deve estar se perguntando porque eu esqueci de incluir entre os aparelhos humanos fazedores, a boca.
Não esqueci não.
Pintores usam normalmente as mãos para pintar e a boca para publicar, tornar público e propagar as suas histórias.
É tão difícil o diálogo, porém estou aprendendo tanto com a parecida.
Imagine o exercício de treino para pintarmos com a boca, ou com os pés.
Imagine o treinamento que temos que começar a realizar para falarmos dialogando, sem ter medo do diabo.
Diabólica é a fala insana e etérea, supérflua e fútil, estéril e melosa.
Bem vinda é a fala sem rascunho, vinda desenhada num gesto solto e fluido.
Conjuguemos a verba com o verbo.
Desejo lhe falar ao pé do ouvido, com a minha boca transformada em mãos, dadas