domingo, 10 de abril de 2011


Abraço.
Forte convicção que alcança a alma do outro.
O ônibus de uma certa volta caminha numa velocidade de sonho.
Vem devagarinho, solto à brisa, vem amando lembrar das palavras e do gesto.
Uma netinha diz ao avô:
Vovô eu vou dormir, boa noite.
O vovô respondeu:
Durma.
A menininha disse mansamente:
Diga boa noite vovô, e o avô retrucou:
Durma.
O ônibus seguia seu curso lento e dedicado ao pensamento suave e à realidade crua.
No decorrer do percurso a menininha não dormiu e demonstrou cada vez mais a sua inteligência na rapidez de seu raciocínio.
Estou aqui, escrevendo, acompanhado das minhas lembranças bonitas, que nunca descansam.
Bom dia, boa tarde, boa noite e beleza em quase tudo que comporta beleza.
A beleza aparece quando abrimos as comportas donde ela estava represada, comportada.
O abraço abraça a lindeza e alcança a eternidade do sorriso largo.
Cheguei e agora não descanso enquanto não puser os pés, de novo, na terra que o asfalto envernizou.
Minha mãe acabou de dizer que adoraria morar no sítio.
Eu não.
Adoro morar onde estou, onde meus braços alcançam e as minhas mãos podem rezar sobre o óleo e sobre a lisa