quarta-feira, 6 de abril de 2011


Uma pausa para o café.
Acabei de tirar da tomada o plug que vem da tostequeira de teflon.
A rosca é rosca divina.
O queijo derretido o suficiente para ser mais semelhante a lua de várias faces, derretidas.
A nova é cheia, tão cheia como aquela, tão nova.
Tal qual a nova estrela que a gente vê de longe e nem sabe se já se foi.
Foi-se o tempo que a gente fazia de um jeito, agora é um tempo presente, agora.
E é de agora em diante que adiantamos a percepção para reverenciarmos o diferente, o fazer diferente, o não ter hora nenhuma e tê-las todas, as horas.
Ora bolas, há hora que parece brilhar como estrela cintilante e raiada.
Raio de um sol de revista, fotografia no papel brilhante.
Brilho de uma página dupla, central, sem grampo.
A maravilhosa  e sofisticada palavra que combina com qualquer frase, fase, luas.
A história que eu quero contar é uma história presente, uma pão delicado que se aquece ao toque dos dedos.
É tomada a hora que se toma com café.
Uma pausa antes de começar a batucada.
As baquetas precisam de nossas mãos para provocarem sons.
Elas estão asseadas, limpas por um gel transparente e antisséptico.
As bactérias são as palavras atravessadas e resistentes que saem das bocas perfumadas.
O mal e o bem estão aqui dentro e estão ali fora.
Dentro e fora, fora e dentro, aqui e ali.
Espaços vagos para que a gente use a nossa percepção para a apologia da beleza.
Bela é a vez que se faz nova e decente, honesta.
A vez que jardina o jardim das possibilidades advindas do que a arte quer dizer.
Diz aí, bela figura.
A fera que solta a voz, alicerça a nossa estadia nesse santo espaço