segunda-feira, 21 de março de 2011


É como acordar um passarinho e ele piar baixinho, com sono da delicadeza.
Delicada fala que acalanta os ouvidos de quem ouve o pio, o rodopiantes das asas que descansam dos voos rasantes sobre um dia cheio.
Recheado de diretrizes e bases, educadas por inteiro, na educação da casa e da rua.
Esse pássaro maduro que em breve fará exames e constatará que aina voará vários céus e nuvens, até continuar seu balé num canto mais seguro.
Cantarolando os dias, eu vou observando de baixo, a poética voadora dos seus olhos densos de olhares certeiros.
Aqueles que retiram das coisas, aquilo que as coisas são e sempre desejaram ser.
O olhar passarinho é arebentador de qualquer gaiola louca, ou serena, bravia, ou bem leve.
Leva no olhar a saga de perceber os detalhes de uma diagramação voraz, que adapta os tecidos aos seus cortes e seus cortes aos tecidos que são revestidos pela pele.
Pelo sim e pelo não, a voracidade rege a mansidão da realeza.
O vento pia, faz um barulhinho no vão da janela emoldurada pelo alumínio prateado.
O vento trás o pássaro, a passarinha.
O vento é amigo sincero, e tanto lá, como cá, revoa a lembrança de um pouso bonito.
Acordar você com um sopro, uma flauta, oboé, ou sax, é uma dose sonora de ressonância duradoura.
Acordei com você que seria assim melódica a valsa.
Uma dança depois do trabalho, com direito a regadorzinho verde, de apresentar-se verde à sala.
O pio é leve, sem gaiola alguma, no jejum quaresmal dos exames.
Examinemos pois o celeste espaço que habitamos por inteiro e gracejemos.
Fazemos graça com óculos escuros e paredes ralantes, imagina se não faremos com o espírito arejado pela fé.
Acreditamos nas penas e nas peles.
Cremos na nossa pista que anima grandes voos.
Preparamos o meio da noite para que o meio de um dia inteiro possa surgir atrás dos prédios e das tabas.
Ele pode, ele vai e ele pede, para surgir em luz, e luz de farolete